Folha de S. Paulo


Senado dos EUA chega a acordo para contornar impasse fiscal

A menos de 24 horas do prazo final, o Senado chegou a um acordo para elevar o limite de endividamento do governo e evitar um calote aos credores. A solução temporária ainda precisa ser aprovada em votação na Câmara e no Senado nesta quarta-feira (16).

A proposta autoriza o Tesouro a continuar se endividando até 7 de fevereiro. Também prevê a "reabertura" do governo americano até 15 de janeiro. A paralisação de repartições públicas e dos servidores devido ao impasse sobre o Orçamento já dura 16 dias.

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Um comitê será montado para discutir soluções permanentes para os dois problemas e terá até o início de dezembro para chegar a um acordo de longo prazo.

"Não é hora de encontrar culpados, é hora reconciliação", afirmou o líder democrata no Senado, Harry Reid.

Reid afirmou ainda que o acordo dará estabilidade ao país e ajudará a iniciar um caminho para a sustentabilidade fiscal.

O consenso no Senado deixa mais próxima uma solução ao impasse entre republicanos e democratas que poderia levar o país a decretar o calote da dívida, um cenário com potencial de minar economias ao redor do globo.

Amanhã é considerada a data limite para que um acordo seja firmado e aprovado, pois seria quando os EUA gastariam os últimos recursos disponíveis para honrar sua dívida.

Representantes do partido republicano deram indicações de que estão dispostos a aprovar a proposta apresentada pelas lideranças no Senado. A votação na Câmara é considerada um dos maiores desafios para o fim do impasse.

Editoria de Arte/Folhapress

O senador republicano Ted Cruz, um dos principais opositores durante as negociações, afirmou que não apresentará resistência apesar de discordar do acordo. "Atrasar essa votação não traria nenhum resultado", afirmou.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, informou que o presidente Barack Obama vai aceitar o acordo. "O presidente espera que as duas casas vão trabalhar com afinco no acordo", diz.

A falta de uma solução para os problemas teria efeitos "incalculáveis e duradouros", segundo analistas.

Para o Brasil, detentor de 4,6% dos títulos da dívida americana --os maiores credores são China e Japão --os efeitos de um calote poderiam afetar o equilíbrio das contas públicas nacionais.

Pela incerteza persistente dos últimos dias, a agência de classificação financeira Fitch colocou a dívida dos EUA em "avaliação negativa".


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