Folha de S. Paulo


Agência de classificação de risco rebaixa nota da Petrobras

A agência de classificação de risco Moody's rebaixou nesta quinta-feira os ratings de dívida da Petrobras, por preocupações com a alta alavancagem financeira e o fluxo de caixa negativo da estatal.

O rating em escala global foi reduzido de "A3"para "Baa1", ainda grau de investimento e acima da nota da dívida soberana brasileira. A perspectiva permanece negativa, o que significa que a petroleira poderá ter sua nota novamente reduzida no futuro, caso a sua dívida aumente.

"O rebaixamento reflete a elevada alavancagem financeira da Petrobras e a expectativa de que a empresa deverá continuar a ter grande fluxo de caixa negativo nos próximos anos, à medida que conduz seu programa de investimentos", disse a Moody's em nota.

A dívida total da companhia aumentou em US$ 16,3 bilhões no primeiro semestre deste ano, citou a agência, acrescentando que o endividamento deverá aumentar novamente em 2014, com base em uma perspectiva negativa para o fluxo de caixa ao longo de 2014 e em 2015.

A relação dívida total/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) está em 3,8 vezes, ressaltou a Moody's.

"Nós vemos a alavancagem da Petrobras em níveis próximos ao pico em 2013 e 2014, significativamente mais altos do que aqueles de seus pares da indústria, e provavelmente apenas vai declinar de 2015 em diante", afirmou o vice-presidente sênior da Moody's, Thomas Coleman, em nota.

Ele disse ainda que a "execução bem-sucedida de seu ambicioso programa de investimento e a entrega das agressivas metas de produção serão chave para reduzir a alavancagem nos próximos anos e para estabilizar a perspectiva do rating".

O programa de investimento da Petrobras é de US$ 237 bilhões para o período de cinco anos.

Nenhum representante da Petrobras estava imediatamente disponível para comentar o assunto.

O rebaixamento da Petrobras ocorre um dia depois de a Moody's ter reduzido a perspectiva do rating soberano do Brasil para "estável", de "positiva", citando a deterioração da relação dívida/PIB, o nível dos investimentos e o fraco crescimento.

A Moody's reafirmou o crédito do Brasil a "Baa2", um abaixo do novo rating da Petrobras


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