Folha de S. Paulo


Franquias levam venda porta a porta para a web

Empresas estão levando o mercado de venda porta a porta, tradicional no setor de cosméticos, por exemplo, para a internet. Por meio do modelo de franquia, elas oferecem uma plataforma personalizada para empreendedores venderem produtos da marca.

A ideia é que o franqueado apenas faça a venda. A entrega do produto ou serviço propriamente dito, em geral, fica a cargo da franqueadora.

Sem vitrine, encontrar clientes é desafio para franqueado virtual
Conversar com mais franqueados é fundamental para escolher rede

O principal atrativo dessas redes é exigir pouco investimento inicial -que pode ser de menos de R$ 1.000 até R$ 15 mil, em geral- e permitir que se trabalhe de casa.

Ursula Coelho, 39, por exemplo, tornou-se neste ano franqueada da Sandaliaria Express, que vende chinelos estampados, e criou a página Victorine Sandaliaria.

A rede não cobra taxa de franquia -o franqueado paga uma taxa de recarga cada vez que precisa repor o estoque, a partir de R$ 800.

Após montar o site, Coelho não deixou seu emprego principal, na área de venda de produtos odontológicos.

"Trabalho das 8h às 18h, totalmente focada no meu emprego, apenas dando uma olhada no e-mail para ver se há algo da loja. Depois, fico até a meia-noite em casa trabalhando no computador."

Zé Carlos Barretta/Folhapress
Ursula Coelho, 39, que abriu em 2013 microfranquia da Sandaliaria
Ursula Coelho, 39, que abriu em 2013 microfranquia da Sandaliaria

Segundo Ricardo Camargo, diretor-executivo da ABF (Associação Brasileira de Franchising), esse modelo de franquia, apesar de exigir investimento baixo, tende a funcionar como um complemento da renda, e não como a atividade principal do empreendedor.

"A tendência é que esses negócios sejam uma renda extra. O faturamento nem sempre compensa o esforço de uma dedicação integral", diz o executivo.
Além disso, no caso de Coelho, parte do que ela recebe é reinvestido no negócio, na compra de anúncios em sites de busca, especialmente Google e Yahoo!.

Camargo diz que, até agora, são 12 as redes virtuais associadas à ABF, a maioria dedicada a serviços digitais, como criação de sites.

Mas existem uma série de outras marcas que oferecem diferentes produtos e têm atraído muitos franqueados. A Camisetas da Hora, por exemplo, tem 857.

Na avaliação de Marcelo Cherto, da consultoria Cherto, o modelo de franquias pela internet deve crescer nos próximos anos, principalmente porque são poucas as barreiras para a criação de novas redes virtuais e a entrada de mais franqueados.

Segundo ele, o principal desafio de quem investe nesse tipo de franquia está no fato de que ele só terá lucro para tornar a operação vantajosa se tiver um volume grande de vendas, pois as comissões são baixas e é preciso investir em propaganda.

Editoria de arte/Folhapress

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