Folha de S. Paulo


Analistas esperam que Banco Central dos EUA anuncie hoje retirada de estímulos

A maioria dos analistas e dos investidores acredita que será hoje o dia em que o Fed (banco central dos EUA) vai anunciar o início da retirada dos estímulos financeiros -mecanismo usado para aquecer a economia, após a crise global de 2008.

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Ainda que os indicadores dos EUA não demonstrem franca expansão, há sinais de melhora progressiva. O crescimento acumulado nos últimos quatro trimestres é de 1,6%, e a taxa de desemprego alcançou, em agosto, o mais baixo percentual em cinco anos (7,3%).

Isso demonstraria que os Estados Unidos estão deixando a crise para trás e que é tempo de abandonar impulsos adotados em um momento extremo -a economia americana ficou em recessão entre 2007 e 2009.

A maior parte dos analistas espera que o Fed comece a reduzir a compra mensal de US$ 85 bilhões em títulos. A expectativa é que esse valor caia para algo entre US$ 70 bilhões e US$ 75 bilhões.

A mudança nos EUA afeta o Brasil. Se a economia americana se recuperar, menos recursos tendem a ser aplicados em países emergentes, como o Brasil.

Com menos necessidade de aquecer a economia, os EUA também devem elevar os juros, e investidores instalados nos mercados emergentes poderão voltar aos EUA, na expectativa de lucrar com a retomada americana.

Esse movimento de capitais faz o dólar subir.

A alta de 13% na cotação do dólar no Brasil desde maio -quando o Fed anunciou sua intenção de reduzir estímulos- já embute essa perspectiva. A dúvida que resta é quando e em qual intensidade. À espera, investidores reagiram ontem à desistência de Lawrence Summers de comandar o Fed (sem Summers, a expectativa é que o corte seja relativamente mais lento).

O dólar à vista caiu 0,64%, para R$ 2,257 -menor desde 26 de julho- e o comercial recuou 1%, para R$ 2,26.


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