Folha de S. Paulo


'Start-up' de carros elétricos, Tesla pretende entrar no mercado brasileiro

Com um ritmo de start-up do Vale do Silício, a pequena Tesla se destacou no meio dos gigantes automotivos ao conseguir algo ainda difícil para a maior parte das grandes montadoras: lucrar com carros elétricos.

A companhia foi criada em 2003 por Elon Musk, um dos fundadores do PayPal, e outros engenheiros que acreditavam no futuro dos elétricos. Ficou conhecida depois que celebridades de Hollywood começaram a comprar os veículos de luxo da marca para associar a imagem ao esforço ecológico.

Kai Pfaffenbach/Reuters
Modelo S, da Tesla, é mostrado no Salão do Automóvel de Frankfurt
Modelo S, da Tesla, é mostrado no Salão do Automóvel de Frankfurt

Com três modelos apenas e vendas acumuladas de 15 mil unidades, a empresa é avaliada em mais de US$ 20 bilhões, fechou parcerias com Toyota e Daimler e toca um plano de expansão pelo mundo que já contempla 37 países.

Num estande tímido no grande Salão do Automóvel de Frankfurt, o vice-presidente de desenvolvimento de negócios, Diarmuid O'Connell, disse à Folha que tem planos para entrar no mercado brasileiro. Veja trechos da entrevista abaixo.

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ESPÍRITO DE START-UP
É o DNA da companhia. Vá rápido, tente ser o mais eficiente possível. É realmente impressionante o que as pessoas normais podem atingir quando estão livres das convenções de grandes organizações.

RISCO
Eu disse desde o início que o que estamos fazendo é: somos desbravadores e estamos abrindo território. É uma categoria muito arriscada, mas espero que nos sigam.

Quando você está acuado em um penhasco e não tem opção outra se não sobreviver, então trabalha duas vezes mais e, se for bom, cria espaço.

EXPANSÃO
Estamos sendo pragmáticos e indo para mercados onde pensamos que há uma oportunidade real para a tecnologia elétrica, então fomos para a Europa e em breve vamos para a China.

BRASIL
Acho razoável dizer que iremos ao Brasil no médio prazo. O mercado está crescendo muito. Estamos muito impressionados com a adoção da tecnologia do etanol, então é um mercado que tem uma mentalidade muito progressiva, com pessoas interessadas no que fazemos: criar a habilidade de dirigir carros e independentemente do petróleo.

GRANDES MONTADORAS
A coisa para se olhar é: as montadoras maiores tentaram criar um mercado de massa com o elétrico, isso limita o tamanho da bateria e a rentabilidade.

Nós estamos focando em ir descendo no mercado a partir do nível mais alto. O primeiro carro custava US$ 109 mil, estamos praticamente na metade disso (US$ 65 mil), então podemos ser rentáveis à medida que descemos a régua. As duas coisas vão se encontrar.

O jornalista GABRIEL BALDOCCHI viajou a convite da Anfavea


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