Folha de S. Paulo


Com inflação elevada, consumo das famílias fica praticamente estagnado

Motor da economia brasileira nos últimos anos, o consumo das famílias já não mostra o mesmo vigor e está praticamente estagnado há dois trimestres diante de uma inflação mais elevada e do rendimento e do emprego em desaceleração.

Após ficar estável nos primeiros três meses deste ano, o consumo das famílias variou positivamente 0,3% de junho a abril frente aos três meses anterior.

O IBGE só considera um crescimento, de fato, uma taxa superior a 0,5%. O PIB, como um todo, avançou 1,5% no segundo trimestre na comparação com os três meses anteriores.

"O consumo das famílias ficou mais ou menos no mesmo patamar do primeiro trimestre", disse Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Editoria de Arte/Folhapress

Para a técnica do instituto, a inflação maior neste ano inibiu o consumo, ao lado de um mercado de trabalho que dá sinais de enfraquecimento. "A massa salarial continua crescendo, mas já não mais no mesmo ritmo de antes."

Outro fator, diz, é o crédito a pessoas físicas, que também perdeu fôlego e avança numa velocidade menor.
A massa salarial (soma dos rendimentos recebidos por todos os trabalhadores) subiu 2,1% na comparação com segundo trimestre de 2012.

Já as operações de crédito avançaram 8,5%, em termos nominais (sem descontar a inflação).

Em relação ao segundo trimestre de 2012, o consumo das famílias segue em alta, com expansão 2,3% --variação, porém, inferior a do PIB (3,3%). Foi a 39º alta consecutiva nessa base de comparação.

Para Pailis, o consumo ainda é importante para o resultado do PIB diante do seu peso --cerca de 60%--, apesar de estar em desaceleração.

A LCA considera o desempenho do consumo "modesto" e prevê um crescimento de 2,2% para o PIB como um todo neste ano, após a divulgação dos dados do segundo trimestre.

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VEJA O DESEMPENHO DO PIB

SETOR 2º tri.13/1º tri.13 2º tri.13/2º tri.12 Acumulado em 4 trimestres Acumulado em 2013
PELA ÓTICA DA PRODUÇÃO
Agropecuária 3,9 13 7,4 14,7
Indústria 2 2,8 0,1 0,8
Serviços 0,8 2,4 1,9 2,1
PELA ÓTICA DA DEMANDA
Consumo das famílias 0,3 2,3 2,9 2,2
Consumo do governo 0,5 1 2,2 1,3
Formação bruta de capital fixo 3,6 9 0,2 6

Fonte: IBGE


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