Folha de S. Paulo


GM encerra fábrica do complexo industrial de São José dos Campos (SP)

A relação entre a GM e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) sofreu novo desgaste nesta sexta-feira (16) com a decisão da empresa de encerrar atividades em uma das fábricas do complexo industrial situado na cidade.

O fim da produção do modelo Classic ameaça cerca de 600 postos de trabalho.

O sindicato acusa a empresa de descumprir acordo firmado no início deste ano para garantir a produção até dezembro. A GM nega. Diz que a produção não era viável e que apenas encerrou a fabricação do modelo, mas negociará com os trabalhadores.

"A empresa está ciente das responsabilidades e, por esse motivo, está convocando o sindicato a negociar", afirma a GM por meio da assessoria de imprensa.

Os embates no interior paulista tiveram início no ano passado, quando a empresa parou de produzir outros três modelos na fábrica MVA, onde restou apenas o Classic.

O acordo sobre o destino do modelo foi firmado no início deste ano após meses de negociação. A GM concordou em manter os funcionários até o fim de 2013. Segundo o sindicato, o acordo também falava no funcionamento da fábrica pelo mesmo prazo.

As duas partes se reunirão na próxima sexta-feira para discutir os próximos passos.

A empresa fala em caminhos alternativos e cita o PDV (Plano de Demissão Voluntária) e a licença remunerada.

Para o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, não há o que negociar. Ele promete mobilizações contra a decisão e avalia levar a questão à Justiça.

"Nós queremos o acordo cumprido, não queremos conversar. Não vamos negociar o acordo que já temos."

A linha do Classic produz 150 carros por dia e faz parte de um complexo com outras sete fábricas e mais de 6.000 funcionários. O modelo continuará a ser produzido na Argentina e em São Cateano do Sul.

A unidade de São José dos Campos (SP) é candidata a receber investimentos de R$ 2,5 bilhões para produzir um novo modelo compacto graças a um outro acordo firmado com o sindicato em junho.

A decisão deve ser tomada até o final deste ano.


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