Folha de S. Paulo


Indicador do BC aponta avanço de 1,13% da economia em junho

O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), indicador econômico do BC, avançou 1,13% em junho, na comparação com o mês anterior. No segundo trimestre do ano, o avanço é de 0,89%, segundo dados dessazonalizados (livres de influências típicas de certa época do ano).

No semestre, a alta acumulada é de 3,2%.

O IBC-Br mostrou alta de 2,28% em junho ante igual período do ano passado, na série sem ajuste. Considerando a sazonalidade, foi verificado avanço de 2,62%. E nos 12 meses acumulados em junho o aumento foi de 2,12%, com ajuste sazonal.

O índice já foi considerado uma prévia do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), mas o desencontro entre o IBC-Br e os dados oficiais da economia fizeram os analistas olharem com cautela para os números. No primeiro trimestre, por exemplo, mais uma vez o resultado do PIB ficou bem abaixo das estimativas do BC, levantando dúvidas sobre a qualidade do seu indicador.

Na ocasião, enquanto o IBGE anunciou que a economia cresceu 0,6% no primeiro trimestre deste ano ante o último de 2012, o IBC-Br sinalizava que a expansão do PIB teria sido de 1,05%, melhor resultado em dois anos. O próprio Banco Central já admitiu que seu indicador não tem pretensão de medir o PIB.

ABAIXO DA EXPECTATIVA

A variação de junho (1,13%) foi menor que a média de 1,3% projetada por instituições consultadas tanto pelo Valor, quanto pela alta mensal de 1,25% na avaliação dos analistas ouvidos pela Reuters. O intervalo de projeções variava de alta de 0,7% a 1,9%, no caso do Valor, e de 0,30% a 1,70%, segundo a Reuters.

A projeção de alta feita pelas instituições ouvidas pelo Valor foi influenciada pelo avanço da produção industrial (alta de 1,9% no mês de junho) e a retomada de ímpeto do comércio varejista (avanço de 0,5% em junho).

Na divulgação de hoje, o Banco Central reviu os dados de maio, que agora registram queda de 1,5%, ante recuo de 1,4% divulgado para o período há um mês, também com ajuste sazonal.

O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços). A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos.

O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período. No Relatório de Inflação de junho, o BC rebaixou sua previsão de crescimento para o ano de 3,1% para 2,7%.

Já os analistas consultados para a confecção do boletim Focus estimam avanço de 2,21%. No entanto, algumas instituições financeiras já projetam expansão inferior a 2% neste ano.


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