Folha de S. Paulo


Petrobras contará com o dobro de poços no 2º semestre para aumentar a produção

A Petrobras pretende interligar 36 poços de produção a novas e antigas plataformas no segundo semestre do ano, contra os 15 interligados no primeiro semestre, com objetivo de aumentar sua produção anual.

O aumento será possível com a chegada de novas plataformas, ao todo sete em 2013. Três já foram instaladas e as quatro restantes estão previstas para iniciar operação no quarto trimestre do ano, quando os poços serão também interligados.

A interligação de poços às plataformas é o primeiro passo da produção de petróleo. Os cabos que fazem o interligamento levam o petróleo do solo marinho até as plataformas, onde é separado da água ou do gás natural para ser armazenado e levado às refinarias em terra para ser processado.

Com a maior interligação de poços, a Petrobras espera aumentar em pelo menos 440 mil barris por dia a produção este ano, informou nesta segunda-feira (12) o diretor de Exploração e Produção, José Formigli.

No primeiro semestre, a produção da companhia evoluiu apenas 1%, para 1,931 milhão de barris diários, por conta de paradas programas. A queda reduziu as exportação de petróleo da companhia. Mesmo assim, Formigli confirmou a meta de encerrar 2013 com uma média de 2 milhões de barris diários, o mesmo patamar do ano passado.

A menor produção da companhia, que tinha como meta nos últimos anos atingir 2,1 milhões de barris diários tem sido motivada por paradas programadas, declínio natural dos campos, além de atrasos no recebimento de equipamentos. "Continuaremos a fazer paradas programadas para suportar a melhora de eficiência", disse Formigli hoje (12) durante reunião com analistas sobre o resultado da companhia no segundo trimestre.

Formigli explicou ainda que a produção não evoluiu mais porque houve um declínio natural de produção de campos antigos, da ordem de 10%.

A empresa reconheceu também 13 poços secos encontrados durante a fase de exploração no segundo trimestre, um número bem inferior ao informado no mesmo período do ano passado (41), e que ajudou a levar o resultado da companhia a um prejuízo de R$ 1,3 bilhão há um ano.

Desta vez, a região do pré-sal não apresentou poço seco (sem petróleo), disse Formigli. No ano passado, o pré-sal registrou dois poços secos.

O diretor destacou ainda, que a produção do pré-sal dobrou entre o segundo trimestre de 2012 ao segundo trimestre de 2013, passando de 146 mil barris diários para 291 mil barris diários.

PLATAFORMAS

Para este ano estão prevista a entrada de produção de sete plataformas, sendo que três já foram instaladas na bacia de Santos e estão em processo de ramp up (aumento de produção).

Em janeiro, a empresa instalou a FPSO (plataforma flutuante de produção e armazenagem) Cidade São Paulo, no campo de Sapinhoá, com capacidade de 120 mil barris diários; em fevereiro, a FPSO Cidade de Itajaí, com capacidade para 80 mil barris diários foi instalada no campo de Baúna; e em junho, a FPSO Cidade Paraty, com capacidade para 120 mil barris diários chegou ao piloto de Lula Nordeste.

A P-63, que já deveria ter sido instalada, teve que fazer adaptações para obter licença de operação, informou Formigli. A nova data é 23 de outubro. A plataforma deixou o estaleiro em junho e tem capacidade para produzir 140 mil barris diários de petróleo.

Segundo o diretor, serão instaladas ainda este ano as P-58 (final de novembro); P-55 (primeira semana de dezembro) e P-61 (final de dezembro).

Presente no encontro com analistas, o diretor de Abastecimento, José Cosenza, informou que três refinarias também entrarão em manutenção no segundo semestre do ano: a área de lubrificante da Reduc (Refinaria Duque de Caixas,RJ); a Regap (Refinaria Gabriel Passos, MG) e a Revap (Refinaria Henrique Lage, SP).

As duas últimas voltarão com a capacidade ampliada, disse Cosenza, sem informar os volumes.


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