O fim do boom de exportações das commodities nos países emergentes inaugurou uma fase de desafios à indústria de veículos. Os mercados, contudo, estão reagindo bem graças às políticas de governo voltadas ao setor.
A avaliação é do presidente da GM na América do Sul, Jaime Ardila, e refere-se sobretudo ao regime automotivo e à redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) anunciados no Brasil. Ardila empossou nesta quarta-feira (7) o colombiano Santiago Chamorro como novo chefe da operação brasileira depois de meses acumulando a função.
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"É uma indústria privilegiada por ter uma política bem definida e muito bem sucedida por parte do governo, o que nos dá tranquilidade para o futuro", afirma o também colombiano Ardila.
Para enfrentar tal cenário, Chamorro focará sua atuação em um trabalho com a rede de concessionárias, numa tentativa de melhorar a fidelização de clientes e o pós-venda, e no adensamento da produção no país.
Eduardo Knapp/Folhapress | ||
O colombinano Santiago Chamorro, que assumiu a presidência da GM no Brasil |
Economista com pós-graduação em finanças e mais de 20 anos na GM, o executivo é o terceiro a assumir a presidência no país em menos de três anos. As antecessoras Denise Johnson e Grace Lieblein, ambas americanas, foram, ao lado de Ardila, responsáveis por liderar a renovação de portfólio da companhia no país.
Caberá a Chamorro também a tarefa de finalizar as decisões sobre o próximo plano de investimento da companhia no país, com previsão de ser anunciado até o final do ano, assim como a possibilidade de inaugurar a produção de um novo modelo na fábrica de São José dos Campos (SP).
Segundo ele, o projeto para a unidade, que recentemente foi marcada por embates com o sindicato local, está em fase de avaliação sobre a viabilidade de tecnologia para a fábrica. A decisão sobre o investimento de mais de R$ 2 bi deve ser tomada até dezembro.
Em sua primeira entrevista como presidente, Chamorro reiterou a previsão da GM de um crescimento próximo de 2,5% em vendas neste ano. Também indicou um avanço nas exportações superior a 30%.
Adiantou que a saída para driblar uma possível desaceleração em 2014 será apostar em clientes de táxis e de frotas de locação, que devem investir em novos modelos para atender a demanda da Copa do Mundo.
"Sobre 2014, há elementos positivos e negativos. Estamos esperando ao menos um número igual ao deste ano, ou até 4 milhões", afirma.