As importações de petróleo do Brasil aumentaram mais de 140% em julho na comparação anual, enquanto as exportações caíram pela metade, uma vez que a produção brasileira da commodity não tem conseguido acompanhar nos últimos anos o crescimento do consumo do mercado interno.
As importações de petróleo subiram para US$ 3,124 bilhões no mês passado, ante US$ 1,233 bilhões em julho de 2012. Já as exportações recuam para US$ 692,2 milhões no mês passado, contra US$ 1,348 bilhão em julho de 2012, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) divulgados nesta quinta-feira (1).
Importações maiores e exportações menores de petróleo têm afetado não somente as contas do país --o déficit comercial no acumulado do ano é de US$ 5 bilhões--, mas também as contas da Petrobras.
No acumulado do ano até julho, a importação de petróleo e combustíveis soma o equivalente a US$ 25,8 bilhões, ante US$ 21,68 bilhões no mesmo período do ano passado, quando o Brasil já estava importando elevados volumes.
Considerando somente petróleo, as importações no acumulado do ano somaram US$ 10,5 bilhões, enquanto as compras externas de combustíveis, incluindo gasolina, somaram US$ 15,28 bilhões.
Já as exportações de petróleo atingiram no acumulado do ano até julho quase US$ 6 bilhões, ante US$ 11,8 bilhões no mesmo período do ano passado.
IMPACTO
"A conta petróleo está deixando de faturar tanto na exportação quanto na importação algo como US$ 10 bilhões a US$ 12 bilhões aproximadamente" disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira.
O ministro, que é presidente do Conselho de Administração da Petrobras, acredita que a situação negativa da balança de petróleo e combustíveis é provisória, já que espera aumento da produção da estatal.
"Mas nós estamos aumentando a produção de derivados e a produção da Petrobras está aumentando", disse o ministro, citando dados de junho que mostram aumento da produção da estatal, após paradas para manutenção de plataformas em meses anteriores no ano.
Para a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, 2013 é um "ano atípico" para a balança comercial do país em função da chamada conta petróleo.