Folha de S. Paulo


Mercado eleva previsão para inflação de 2014, mostra Focus

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (29) aumentou ligeiramente a expectativa de inflação para 2014, para 5,88%, ante 5,87% da semana passada.

Em contrapartida, a expectativa para a Selic (taxa básica de juros) caiu e deve encerrar 2014 a 9,25%, segundo o mercado, ante os 9,38% previstos na semana passada.

Para 2013, o relatório manteve a previsão de que o IPCA fechará o ano em 5,75%.

A expectativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) também se manteve estável tanto para este ano quanto para o ano que vem.

Em 2013, as expectativas do mercado são de que o país tenha crescimento de 2,28%. No ano que vem, a expectativa é de 2,60%.

Há um mês, a previsão era de 2,40% para 2013 e 3,00% para 2014.

DÓLAR

O dólar deve fechar o ano em R$ 2,25, segundo o mercado, ante R$ 2,24 da semana passada. Em 2014, a moeda americana ficará em R$ 2,30.

Em seu último discurso, o presidente do Fed (banco central americano) Ben Bernanke sinalizou que poderá retirar os estímulos à economia caso o crescimento do país se consolide, mas que não o fará agora.

O BC americano promove uma política de compra de títulos para injetar dinheiro na economia e de taxa de juros baixa com o intuito de estimular o crescimento do país. Recentemente, Bernanke deu a entender em uma fala que essa política seria reduzida. Com perspectiva de aumento da taxa de juros do país, muita gente retirou o dinheiro de economias emergentes, como o Brasil, para investir em títulos dos EUA, cujo risco é menor. O movimento fez com que o real se desvalorizasse perante o dólar, gerando instabilidade nos mercados.

Com esse discurso, no entanto, o mercado interpretou que a redução não será imediata, e que será feita de maneira mais transitória, sem afetar de forma tão abrupta os fluxos de dinheiro.

BALANÇA COMERCIAL

A expectativa para o resultado da balança comercial no ano ficou menor, de menos US$ 150 milhões, em relação a semana passada em 2013, para US$ 5,70 bilhões. Em 2014, no entanto, a previsão aumentou em U$$ 920 milhões, para US$ 8,92 bilhões.

Segundo dados divulgados na semana passada, o saldo negativo nas transações correntes do Brasil com o exterior foi recorde no primeiro semestre deste ano, somando US$ 43,5 bilhões, valor muito superior ao rombo registrado de janeiro a junho de 2012 (US$ 25,2 bilhões). O resultado é reflexo das exportações mais fracas, e aumento das importações.

Mesmo assim, segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a desvalorização do dólar pode ajudar a conter o desempenho mais fraco das transações correntes.


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