Folha de S. Paulo


País cria 124 mil empregos em junho, mas saldo do semestre é o pior em quatro anos

O país criou 124 mil empregos com carteira assinada em junho, crescimento de 3% frente ao registrado no mesmo mês do ano passado, segundo dados do Caged divulgados nesta terça-feira (23) pelo Ministério do Trabalho.

Houve avanço em relação a maio, quando foram criadas 72 mil vagas. O saldo no acumulado no primeiro semestre, contudo, mostrou que o ritmo de geração de vagas vem caindo frente anos anteriores.

Foram 826 mil postos de trabalho até junho, o pior desempenho para o período desde 2009, quando o país ainda se recuperava dos efeitos da crise financeira mundial.

Diante do novo ritmo, a equipe técnica do ministério refez suas contas e baixou a meta de geração de postos de trabalho no ano de 1,7 milhão para 1,4 milhão.

O ministro Manoel Dias, titular da pasta, não quis se comprometer com a meta, mesmo após confirmar sua revisão para baixo.

"Eu, como ministro do Trabalho, não tenho como prever se vamos criar mais ou menos. Não vou dizer que vamos alcançar [a meta]. Não posso aqui me expor a isso, porque amanhã vocês vão me cobrar isso e não deu. As causas que vão determinar. Não posso prever. Quem vai dizer que vamos permanecer imune à crise? Espero que sim", disse.

Editoria de Arte/Folhapress

O ministro negou que o saldo do semestre, que caiu pelo quarto ano consecutivo, preocupe o governo.

"Qual a base científica para dizer que estamos piorando? Vamos ver no fim do ano. Tivemos em várias oportunidades períodos em que o Brasil gerou muito emprego, mas houve quedas", disse.

Segundo ele, a alta dos juros promovida pelo Banco Central não terá impacto no mercado de trabalho e os próximos meses trarão resultados positivos.

"Acreditamos que seja um processo de recuperação e que, com mais investimentos feitos no país, novos empregos serão gerados. Nossa previsão é que estamos crescendo e vamos continuar crescendo", disse.

SETORES

Em junho, houve criação de vagas em todos os oito setores econômicos pesquisados.

A agricultura liderou a geração de empregos, com crescimento de 3,65%, por motivos sazonais, segundo o governo.

O aumento mais tímido veio do comércio e da indústria da transformação, com alta de apenas 0,09%.


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