Folha de S. Paulo


Unidos pela cerveja

Com a popularização das cervejas artesanais no Brasil, microcervejarias têm recorrido a concorrentes para ampliar sua produção e dar conta da demanda crescente.

Operando no limite, algumas das 200 microcervejarias do país passaram a terceirizar parte de sua produção, "alugando" espaço na fábrica daquelas que ainda não operam a plena capacidade.

O setor de cervejas, dominado por grandes fabricantes, movimentou R$ 40 bilhões em 2012. Os produtos artesanais, embora representem só 0,15% da produção nacional, tiveram forte expansão nos últimos anos.

Pedro Silveira/Folhapress
Fábrica da cervejaria Wäls, em Belo Horizonte
Fábrica da cervejaria Wäls, em Belo Horizonte

Presidente da Colorado, de Ribeirão Preto, Ronaldo Morado diz que a demanda superou a capacidade de sua fábrica (120 mil litros por mês) e, por isso, optou por terceirizar a fabricação em alguns períodos do ano. A estratégia também foi adotada pela Abadessa, de Porto Alegre, segundo o sócio-fundador Herbert Schumacher.

A terceirização é uma estratégia temporária, no entanto. Diante do avanço do consumo, os fabricantes das cervejas especiais planejam novas fábricas e buscam parcerias no exterior.

Editoria de arte/Folhapress

Na Abadessa, uma nova unidade, com investimentos de R$ 2,5 milhões, deverá dobrar a produção, para 24 mil litros/mês. A Colorado planeja aplicar R$ 20 milhões para construir uma nova fábrica, também em Ribeirão, com capacidade de produzir 500 mil litros por mês a partir de 2015.

A Wäls, de Belo Horizonte, também deve investir R$ 20 milhões em uma nova fábrica em Araxá (MG).

COLABORAÇÃO

Tanto a Colorado quanto a Wäls fizeram parcerias com cervejarias do exterior, produzindo as chamadas "cervejas colaborativas".

A fabricante paulista está desenvolvendo uma versão que leva mel e rapadura, em parceria com a belga La Binchoise. Por sua vez, a empresa mineira, com a Brooklyn Brewery, de Nova York, já produz uma cerveja a partir do caldo de cana, a Wäls Saison de Caipira.


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