Folha de S. Paulo


Índice usado em cálculo de salário mínimo e aposentadoria sobe quase 7% em 12 meses

O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação das famílias de rendimento menor (até cinco salários mínimos), teve alta de 6,97% nos últimos 12 meses encerrados em junho.

A forte alta do índice pode resultar em pressão sobre os gastos do governo. O salário mínimo é reajustado de acordo com o INPC do ano anterior mais o crescimento do PIB de dois anos atrás.

Em 2013, a alta foi de quase 9%, sendo que o aumento ocorre no primeiro dia do ano.
Já as aposentadorias acima do piso têm reajuste correspondente à correção do INPC.

O percentual ficou acima da variação de 6,70% no período do índice oficial de preços, o IPCA --são consideradas nesse caso as famílias com renda de até 40 mínimos.

No mês passado, a alta do INPC, que também é frequentemente utilizado em negociações de reajustes salários, foi de 0,28%. No ano, a oscilação é de 3,3%.

Inflação oficial acumula alta de 6,7% em 12 meses e estoura teto da meta do governo
Protestos influenciaram na desaceleração do preço dos alimentos, diz IBGE
Mesmo com cancelamento, alta da tarifa de ônibus teve maior impacto na inflação

"É um índice relativamente alto, próximo a 7%, e poderá pressionar as contas do governo", afirma Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE.

A previsão é que o deficit da Previdência neste ano seja de R$ 41,8 bilhões para fechar os gastos com o pagamento de pensões e aposentadorias do INSS.

Para 2050, o rombo é estimado em R$ 909 bilhões, 5,68% do PIB previsto para o ano (R$ 16 trilhões).

Vários programas sociais e benefícios são reajustados com base no valor do mínimo.

MAIORES PESOS

Por medir a inflação das famílias de menor rendimento menor, a alta dos alimentos nos últimos meses pesou no índice dos 12 meses, segundo Eulina. O orçamento desse grupo é mais comprometido com esses custos.

Durante 2013, a alta dos alimentos e bebidas ficou em 6,12%.

No mês, houve deflação dos alimentos, mas a pressão maior veio dos reajustes das tarifas de ônibus urbanos, que após os protestos no país foram cancelados em diversas cidades.

O grupo de transporte teve um dos maiores impactos no resultado do INPC em junho, com alta de 0,51% após queda de 0,12% em maio. A alta nos custos com habitação também pesou. A variação nesse caso foi de 0,64%.


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