O governo federal também deverá adiar aumento dos pedágios das estradas federais, previstos para começar em agosto.
Na segunda-feira, o governo de São Paulo anunciou a suspensão do reajuste previsto para as estradas estaduais neste ano.
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O governo federal tem 15 rodovias com pedágios no país. Três delas, Presidente Dutra (SP-RJ), Ponte Rio-Niterói (RJ) e Washington Luiz (RJ-MG), tinham reajustes de pedágios previstos para agosto.
Os aumentos anuais dos pedágios são garantidos em contrato. Sobre a tarifa vigente é aplicada um índice inflacionário previsto, que pode sofrer descontos ou acréscimos dependendo de investimentos que são feitos na rodovia.
Em entrevista ao jornal "Valor Econômico", o ministro dos Transportes, Cesar Borges, afirmou que "não havia clima" para reajustes agora devido aos protestos que tomaram as ruas do país. O ministério confirmou nesta quarta-feira que o reajuste está adiado por enquanto.
Técnicos da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), responsável pela fiscalização das concessionárias, estão estudando como compensar as empresas pelo não reajuste.
Quando não aumenta a tarifa do pedágio, o governo pode permitir que a empresa faça menos obras que o previsto, dar reajustes maiores depois ou aumentar o tempo de contrato.
Como esses três contratos são da década de 1990, estão com vencimentos relativamente próximos (entre 2015 e 2021) e têm poucas obras a fazer, o provável é que o governo tenha que aumentar o tempo de concessão para compensar as empresas, caso o não reajuste se confirme.