Folha de S. Paulo


Imóvel comercial atrai 'órfãos' da Bolsa e renda fixa

Com o baixo rendimento de outras aplicações -como Bolsa, com perda de cerca de 20% no ano, e renda fixa, que paga pouco no cenário atual de juros baixos-, imóveis comerciais são uma opção procurada por investidores.

A valorização dos imóveis fez com que o público se renovasse. Hoje, o investidor de pequenas salas comerciais (até 60 metros quadrados) tem, em média, 44 anos e renda média familiar de R$ 20 mil ao mês.

Há seis anos, a idade média para esses investidores ultrapassava os 50 anos e a renda familiar era de R$ 46 mil, segundo um estudo da imobiliária Lopes. Para João Henrique, diretor de atendimento da empresa, houve uma migração do investidor da Bolsa para o imóvel.

Em residencial, investidor prefere revenda

Os compradores também estão cada vez mais qualificados: 43% possuem pós-graduação e 47%, ensino superior. "Há muitos médicos, advogados, empresários e profissionais liberais investindo", afirma Henrique.

Antes, a maior parte dos investidores era de empresários bem-sucedidos.

Enquanto a maioria dos imóveis residenciais é adquirida para moradia (entre 80% e 90%, segundo o Secovi-SP, sindicato que representa as construtoras), 36% dos comerciais são comprados por investidores.

RENDA MENSAL

Na maioria dos casos, o investidor compra a sala e tem no aluguel uma garantia de retorno mensal.

Segundo Celso Petrucci, economista chefe do Secovi, a taxa de retorno média fica entre 0,5% e 0,6% ao mês em relação ao valor total do investimento. Se o investidor comprou um imóvel por R$ 500 mil, por exemplo, um aluguel de R$ 2.500 representa um retorno de 0,5%.

O empresário Anderson Willian Figueira, 35, espera ganhos mais altos. Figueira comprou uma sala comercial de cerca de 40 metros quadrados na Barra Funda, zona oeste de São Paulo.
Gastou cerca de R$ 500 mil na compra. Na região, as salas são alugadas por aproximadamente R$ 3.000. O investidor quer construir um mezanino e aumentar o aluguel para em torno de R$ 5.000, com retorno de 1%.

"Não tem outro investimento que dê rentabilidade desse nível, com risco baixo."

Para Amir Makansi, diretor da consultoria imobiliária Anglo Americana, a localização do imóvel é essencial para o sucesso do investimento. "Você tem que estar em uma região que tenha demanda", diz. Por isso, a maior parte das compras para investimento ocorre em regiões já consolidadas, como as avenidas Faria Lima e Paulista.

A expansão ocorre a partir desses polos já consolidados, segundo Henrique, da imobiliária Lopes.

LAJES X SALAS

Aquele que investe em salas comerciais tem um perfil diferente do investidor que aposta em lajes corporativas (grandes escritórios -leia mais na pág. 4).

O comprador da laje é considerado um investidor de grande porte porque consegue alugar andares inteiros para empresas grandes, com contratos longos e baixo risco de inadimplência.

Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress

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