Folha de S. Paulo


Bovespa cai por possíveis cortes em estímulos; ações de Eike lideram perdas

Acompanhando a queda vista nos mercados da Europa e da Ásia, o principal índice de ações da Bolsa brasileira abriu esta segunda-feira (24) em queda, com a perspectiva de que outros importantes bancos centrais além do americano possam começar a retirar estímulos econômicos, além de notícias negativas vindas da China.

Às 10h20 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha desvalorização de 1,84%, para 46.185 pontos. No mesmo horário, apenas três das 71 ações que compõem o Ibovespa tinham alta: BRF (BRFS3, +0,89%, R$ 47,44), Suzano (SUZB5, +0,49%, R$ 8,14) e Embraer (EMBR3, +0,29%, R$ 20,57).

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Quem liderava a ponta negativa do Ibovespa eram os papéis da LLX Logística (LLXL3, -7,77%, R$ 0,95) e da MMX Mineração (MMXM3, -7,09%, R$ 1,18), ambas de Eike Batista.

As ações do megaempresário, que já vinham sofrendo em meio a uma crise de credibilidade, intensificam a baixa hoje após a Folha ter apurado que a OSX, estaleiro de Eike Batista, está com sérias dificuldades.

Além disso, nesta manhã, a MMX anunciou que está avaliando "oportunidades de negócios", incluindo a venda de ações do controlador da companhia e ativos para investidores nacionais e estrangeiros.

Às 10h25, os papéis da OSX tinham baixa de 10,23%, para R$ 1,58. No mesmo horário, as ações da OGX Petróleo e da MPX Energia, também de Eike, cediam 6,10% e 0,9%, respectivamente, para R$ 0,77 e R$ 7,73.

As ações mais negociadas da Vale (VALE5) e da Petrobras (PETR4) tinham quedas de 3,76% e 1,88% às 10h30, respectivamente, para R$ 27,38 e R$ 16,15. O movimento pode estar ligado, segundo analistas, ao aumento do dólar nos últimos dias, prejudicando as grandes companhias brasileiras que possuem dívidas em dólar.

A moeda americana apresentava desvalorização de 0,36% às 10h32, no mercado à vista --referência para as negociações no mercado financeiro--, para R$ 2,252 na venda. Já o dólar comercial --utilizado no comércio exterior-- subia 0,4%, para R$ 2,253.

ECONOMIA

De acordo com o BIS, o consórcio dos principais BCs do mundo, com base na Suíça, chegou a hora de os bancos centrais pararem de tentar estimular a economia e voltarem a focar o combate à inflação.

A conclusão do banco central dos bancos centrais, como é conhecido o BIS, endossa as indicações dadas na semana passada pelo Fed, o BC dos EUA, sobre um fim iminente do programa de compras mensal de ativos de US$ 85 bilhões.

Essa perspectiva aumenta o clima de aversão ao risco entre os investidores, especialmente no Brasil, uma vez que a retirada de estímulos significa menos recursos vindo para o mercado nacional, prejudicando o crescimento da atividade econômica, que já está fragilizada, segundo analistas.

Na China, o governo afrouxou seu aperto monetário, depois que o banco central agiu para evitar que o mercado de dinheiro congelasse, mas as ações do setor bancário caíram, visto que as autoridades deixaram claro que os dias de recursos baratos ilimitados oficiais estão acabados.

Por aqui, os investidores avaliam negativamente a notícia de que analistas de instituições financeiras elevaram suas expectativas para a inflação em 2013, que já apontam para um patamar de alta dos preços maior que o registrado em 2012, segundo o Boletim Focus do Banco Central.

Com Reuters


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