Folha de S. Paulo


Com Boeing, Embraer quer ganhar mercado para cargueiro militar nos EUA e Reino Unido

A Embraer espera abrir os mercados dos EUA, Reino Unido e países do Oriente Médio para seu cargueiro de transporte militar KC-390, aeronave de transporte militar e reabastecimento aéreo de médio porte, com a parceria anunciada nesta terça-feira (18) com a americana Boeing.

Esses são mercados em que a empresa brasileira ainda não atua no segmento em que se enquadra o KC-390, que concorre diretamente com o C-130 Hercules, fabricado pela também americana Lockheed Martin, empresa do setor de defesa que tem o maior número de contratos com o governo dos Estados Unidos.

Nesses mercados, a Boeing vai liderar as campanhas de vendas, oferecendo também suporte e treinamento. Já a Embraer irá fabricar a aeronave e colaborar nas vendas, além de também oferecer suporte e treinamento. A Boeing não tem, em seu portfólio, um avião da categoria do KC-390.

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As estimativas iniciais do mercado potencial para o KC-390 são de aproximadamente 700 aeronaves, mas esse número poderá aumentar com a inclusão de novos mercados, afirmou a Embraer.

"O anúncio feito hoje reforça o amplo acordo de cooperação que a Boeing e a Embraer firmaram em 2012. As empresas estão colaborando nas áreas de eficiência e segurança de voo, pesquisa e tecnologia, produtos de defesa e biocombustíveis sustentáveis para a aviação", informou a fabricante brasileira, em comunicado.

A fabricante está desenvolvendo o KC-390 sob contrato com a Força Aérea Brasileira e espera fazer o primeiro voo teste no segundo semestre de 2014.

ENCOMENDAS

A Embraer também informou nesta terça-feira ter recebido encomendas de aviões feitas por companhias aéreas da Venezuela, Japão, Índia, e também da Lituânia.

A fabricante afirmou ter assinado contrato com o Consórcio Venezolano de Indústrias Aeronáuticas y Servicios Aéreos (Conviasa) para a compra de mais sete jatos E-190. O acordo confirma opções contratadas em uma negociação anterior que contemplava seis pedidos firmes e 14 opções.

Assim, a Conviasa passa a ter 13 pedidos firmes do E-190, além de manter opções adicionais para outras sete aeronaves do mesmo modelo.

Já a Japan Airlines (JAL) fez um pedido firme para mais quatro E-170, sendo esta uma encomenda que já está incluída na carteira de pedidos da Embraer como "cliente não divulgado". Com este novo acordo, o pedido total da JAL para o E170 soma 15 aeronaves.

Ainda na Ásia, a Air Costa, da Índia, adquiriu três E-Jets para o lançamento de um serviço regular de rotas regionais. Dois E-170 foram arrendados junto à ECC Leasing, subsidiária da Embraer, enquanto uma unidade do E-190 foi adquirida diretamente da fabricante. A encomenda também já está incluída na carteira de pedidos da Embraer como "cliente não divulgado".

Por fim, a Air Lituanica, da Lituânia, adquiriu dois aviões da Embraer e irá lançar seus serviços regulares em 30 de junho, com um E-170 arrendado de terceiros. Em julho, a companhia aérea adicionará outro E-Jet ao acordo, um E-175, arrendado da ECC Leasing Company.

NOVOS JATOS

Na segunda-feira, a Embraer anunciou investimentos de US$ 1,7 bilhão nos próximos oito anos para reformular sua linha de aviões E-Jets.

A fabricante brasileira também disse ter recebido encomendas potenciais de centenas de aeronaves estimadas em US$ 18 bilhões.


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