Folha de S. Paulo


Ações de Eike Batista despencam e Bolsa brasileira fecha no vermelho

Pressionado pela forte queda das ações de Eike Batista, o principal índice de ações da Bolsa brasileira --o Ibovespa-- fechou esta segunda-feira (17) em queda de 0,49%, aos 49.088 pontos.

O índice chegou a subir mais de 1% pela manhã, impulsionado pelas ações da Petrobras e da Vale, mas perdeu força ao longo do dia conforme esses papéis foram reduzindo seus ganhos. Com o desempenho de hoje, o índice acumula queda de 19,46% em 2013.

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As ações da OGX, empresa de petróleo de Eike Batista, tiveram hoje a maior perda entre os papéis que compõem o Ibovespa, com desvalorização de 15,46%, para R$ 0,82 --menor nível histórico.

Já os papéis da MMX Mineração e da LLX Logística --ambas de Eike-- tiveram perdas de 14,38% e de 8,4%, respectivamente, para R$ 1,25 e R$ 1,09.

Segundo analistas ouvidos pela Folha, os papéis das empresas de Eike Batista ainda sofrem com a "crise de credibilidade" que tem afetado o grupo EBX desde o ano passado. "O Eike prometeu muita coisa que não conseguiu cumprir e isso tem se refletido na queda das ações", explica Pedro Galdi, analista da SLW Corretora.

Em sentido oposto, as ações da Embraer lideraram a ponta positiva do Ibovespa hoje, com avanço de 6,35%, para R$ 19,94.

A empresa anunciou hoje que assinou carta de intenção com companhias aéreas internacionais para a venda de até 365 aeronaves de sua segunda geração de jatos comerciais, a E-Jets E2.

A Embraer também anunciou que pretende investir US$ 1,7 bilhão nos próximos oito anos no desenvolvimento da linha E-Jets E2, lançada nesta segunda-feira.

O dia foi marcado pelo vencimento de opções sobre ações na Bolsa brasileira (papéis que representam as apostas dos investidores para os valores de cada ação), que movimentou R$ 3,9 bilhões.

Os investidores também avaliaram a notícia de que economistas de instituições financeiras reduziram pela quinta vez consecutiva suas projeções para o crescimento da economia em 2013, segundo a pesquisa Focus do Banco Central.

A mediana das estimativas de alta da atividade econômica neste ano foi reduzida de 2,53% há uma semana para 2,49%, segundo a última pesquisa.

No exterior, os investidores seguem atentos à reunião do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, nesta semana. A expectativa recai sobre o futuro dos estímulos econômicos no país, diante dos recentes indicadores positivos de atividade.

O banco central dos EUA recompra mensalmente títulos públicos do país, a fim de injetar mais recursos na economia, estimulando sua retomada.

"O temor com a retirada de estímulos do Fed nos últimos dias causou um mini sell-off [venda generalizada] em mercados emergentes em moedas, Bolsas e títulos públicos. A escalada de vendas ocorreu a partir do final de maio e início de junho, quando alguns diretores do Fed subiram o tom dos comentários", lembra Paulo Gala, estrategista da Fator Corretora, em nota.

"A decisão e o comunicado do Fed dessa quarta- feira [19] agora será fundamental para reverter ou dar continuidade a esse movimento. Todos os olhos no Fed", completa Gala.

Com agências de notícias


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