Folha de S. Paulo


"Economist" diz que economia brasileira é medíocre e pede para Mantega ficar

Seis meses após pedir à presidente Dilma Rousseff que demitisse o ministro da Fazenda Guido Mantega, a revista "The Economist" usou de ironia para pedir novamente a saída do ministro e chamou de medíocre o desempenho da economia brasileira desde 2011.

Em artigo publicado na edição que vai às bancas nesta quinta-feira (6), a publicação critica a atual política econômica brasileira e, ironicamente, pede à Dilma que mantenha Mantega a qualquer custo, pois ele "é um sucesso".

Em auto-referência, a revista diz que o recente pedido para demissão de Mantega teve o efeito de torná-lo "indemissível". "Agora, vamos tentar uma nova tática."

De acordo com a revista, a "fórmula de sucesso" do país, iniciada por Fernando Henrique Cardoso e reforçada por Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro mandato, tem sido abandonada lentamente.

A publicação critica o avanço dos gastos públicos, a alta da inflação e a ausência de uma meta fiscal clara nos últimos anos.

Essas políticas, continua, têm deixado os investidores confusos, fazendo com que o país tenha o menor crescimento e a maior inflação do que a maioria dos países da América Latina desde 2011.

"A recessão de 2008/2009 fez Lula e Dilma darem de ombros à política econômica liberal e imitar o capitalismo de Estado chinês", diz o texto.

SINAIS

Apesar das críticas, o artigo também aponta que nas últimas semanas, o governo brasileiro deu alguns sinais de que está voltando a ter uma política econômica mais clara.

Para conter a inflação, o Banco Central aumentou a taxa básica de juros, "embora mais aumentos serão necessários para reestabelecer a credibilidade perdida", destaca.


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