Folha de S. Paulo


PIB do Brasil cresce menos que o de economias asiáticas

O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, de 0,6% no primeiro trimestre, ficou abaixo do registrado por economias asiáticas como China, Japão e Coreia do Sul, embora tenha tido o mesmo desempenho da economia americana.

PIB cresce 0,6% no 1º tri, diz IBGE

Editoria de Arte/Folhapress

Na comparação do primeiro trimestre de 2013 com os três últimos meses do ano passado, o resultado brasileiro foi tímido ante as altas dos PIBs da China (1,6%) e da Indonésia (1,41%).

Já a economia japonesa avançou 0,9% --0,3 ponto percentual a mais que a brasileira-- após ter saído de uma recessão em meio a um processo deflacionário que durou vinte anos.

O governo do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, prevê um pacote de estímulo à economia de 20,2 trilhões de ienes (cerca de R$ 436 bilhões) e tem posto o banco central japonês a serviço de suas metas.

O mesmo não ocorre no Brasil --onde um suposto rompimento da independência do Banco Central, que teria se transformado em mero braço da política econômica pró-crescimento, é alvo de críticas.

Coreia do Sul (0,9), Israel (0,7%) e Hungria (0,7%) também tiveram expansão superior à do Brasil.

O PIB dos Estados Unidos teve alta de 0,6%, mesmo desempenho que o brasileiro.

Na Europa, enquanto Reino Unido (0,3%) e Alemanha (0,1%) tiveram crescimento inferior ao brasileiro, a economia de outros países da zona do euro que estão passando por uma crise, como França (-0,2%), Portugal (-0,3%), Itália (-0,5%) e Espanha (-0,5%) recuou.

EXPECTATIVAS

As expectativas do mercado apontavam para uma expansão do PIB brasileiro de cerca de 0,9% no primeiro trimestre.

Em valores, o PIB somou R$ 1,1 trilhão no período de janeiro a março.

O desempenho ocorre em meio à dificuldade da indústria de crescer -- o setor é visto como o principal entrave a uma expansão mais robusta da economia. A indústria registrou queda de 0,3% de janeiro a março.

PREVISÕES

Para 2013, a previsão é de baixo crescimento. O segundo e o terceiro trimestres devem apresentar desaceleração, o que poderá ser amenizado nos últimos três meses do ano.

A expectativa do mercado é de um crescimento inferior a 3% neste ano. Ao fim do ano passado, as previsões eram mais otimistas e apontavam uma expansão da ordem de 3,5%.

Já a equipe da presidente Dilma Rousseff acredita em um crescimento entre 3% e 3,5%.

OCDE

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) acredita que o PIB do Brasil deve ter alta de 2,9% em 2013, dois pontos percentuais acima do magro resultado de 0,9% alcançado em 2012.

Em um relatório de perspectivas publicado hoje em Paris, a organização prevê ainda que o PIB nacional subirá 3,5% em 2014 devido às políticas de relançamento orçamentário e monetário, embora a OCDE ressalte a intensificação das tensões inflacionárias.

Segundo a OCDE, o índice de inflação em 2013 alcançará 6,2% e só será reduzido a 5,2% em 2014.

Para estimular o crescimento, os autores do relatório recomendam a eliminação dos impedimentos estruturais mediante a melhora das infraestruturas, a redução da carga fiscal e a simplificação dos sistemas tributários. Além disso, a OCDE defende um maior reforço dos mercados de capitais privados a longo prazo.

Com Efe


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