Folha de S. Paulo


Parcelamento da entrada é uma vantagem de comprar imóveis na planta

A possibilidade de parcelamento da entrada, que pode chegar a 30% do valor do imóvel, é um dos principais atrativos para quem decide comprar a moradia ainda na planta atualmente.

Conciliar os custos das parcelas e do aluguel enquanto o imóvel não fica pronto, porém, é uma decisão a ser pesada com cuidado.

Aumenta a procura por usados em São Paulo, afirma administradora de imóveis

Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress

"O ideal é que o comprador faça um teste durante alguns meses, guardando o valor equivalente ao da parcela do financiamento, para saber se o seu orçamento vai resistir ao novo compromisso financeiro", afirma o economista Luiz Calado, autor do livro "Imóveis".

"Deve-se levar em conta que há imprevistos financeiros no meio do caminho e grandes despesas periódicas, principalmente no início do ano, como impostos e material escolar", acrescenta.

É preciso lembrar também que o imóvel novo é entregue sem acabamento na maioria das vezes. Será preciso gastar em torno de 5% do seu valor com colocação de pisos e de armários, diz o consultor.

ATRASO

Outro fator a ser considerado na compra do imóvel novo é o atraso nas obras.

Ainda que não haja respaldo legal para isso, os contratos, em geral, isentam as construtoras de multa por até 180 dias após o prazo acordado para a entrega. Não é raro, no entanto, que mesmo esse prazo seja extrapolado.

O recomendado nesses casos, segundo o advogado Marcelo Tapai, especialista em direito imobiliário, é que não se interrompam os pagamentos para que não se percam direitos em uma ação.

Para isso, quem compra imóvel na planta deve sempre fazer uma reserva financeira para eventualidades.

Em ações por atraso, a Justiça estabelece indenizações de 0,8% do valor do imóvel por mês de atraso, mesmo que o contrato já preveja alguma outra multa, afirma Tapai. Mas os processos levam tempo, para o qual o comprador precisa se precaver.

VALOR SUBJETIVO

A cozinheira Jacqueline dos Santos, 36, durante o Feirão da Caixa, no início do mês em São Paulo, adquiriu um apartamento de dois dormitórios em Guarulhos que acaba de ser entregue.

"Não queria um imóvel usado. Precisava ser a primeira a colocar o pé nele", afirmou a cozinheira. Esse é um comportamento comum entre compradores brasileiros, diz Calado.


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