Folha de S. Paulo


Consórcio de imóvel vale a pena se a compra pode esperar

A ausência de juros nos consórcios imobiliários –ainda que haja cobrança de taxa de administração, fundo de reserva e seguro– é o que os bancos vendem como maior atrativo da modalidade aos consumidores.

Uma simulação da Caixa Consórcios mostra que o custo final de um apartamento de R$ 400 mil pode ser 35% menor pelo consórcio do que por um financiamento em dez anos.

Vantagem de consórcio sobre financiamento só dura até o 2º mês de contrato

Ao final do financiamento, o imóvel teria custado cerca de R$ 802 mil ao comprador. Já pelo consórcio, o custo final seria de R$ 521,83 mil.

Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress

Essa comparação direta, no entanto, não é recomendada por especialistas.

A vantagem só existe, afirmam analistas, se o consorciado não precisar pagar aluguel durante o período de contrato ou for sorteado logo no início.

FUNCIONAMENTO

No consórcio, os próprios participantes se financiam. O banco reúne grupos de interessados que pagam mensalidades acrescidas de taxas de administração, seguro e para fundo de reserva (precaução contra calotes).

Justamente porque o dinheiro vem do próprio grupo não há cobrança de juros.

A cada mês, um ou mais cotistas são sorteados para receber uma carta de crédito com o valor total do imóvel e continuam pagando as parcelas para financiar as compras dos demais.

O consórcio pode durar mais de 16 anos nos principais bancos do país.

É possível tentar antecipar a contemplação por meio de um lance (quitação de parte do valor do imóvel). O lance mais alto leva a carta.

Para alguns especialistas, a opção pelo consórcio não é necessariamente uma decisão financeira, mas uma adequação ao perfil do comprador. São modalidades de naturezas diferentes.

O consórcio pode ser a opção para jovens que ainda moram com os pais ou para quem busca um segundo imóvel para investir. Para essas pessoas, o tempo de espera pode não fazer tanta diferença.

O consórcio pode ser adequado, ainda, a quem quer uma poupança forçada, pois não tem a disciplina necessária para economizar.

Mesmo assim, a consultora financeira Marcia Dessen discorda dessa segunda opção. "Acredito que existem formas muito menos punitivas para se adquirir essa disciplina", diz a especialista.


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