Folha de S. Paulo


Compare o custo efetivo total antes de fazer o financiamento imobiliário

Os principais bancos do país reduziram as taxas de juros e aumentaram os prazos de pagamento do financiamento imobiliário em busca de mais clientes.

Antes de contratar um empréstimo, porém, é preciso avaliar outros custos além dos juros, como com seguros e tarifas, que compõem o chamado CET (Custo Efetivo Total), afirmam especialistas.

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Amortizar parcelas reduz o custo final do financiamento imobiliário

Victor Moriyama/Folhapress
Marizete e Beat Grüninger, que compraram um apartamento aproveitando a queda nos juros para financiamento imobiliário
Marizete e Beat Grüninger, que compraram um apartamento aproveitando a queda nos juros para financiamento imobiliário

"Só assim o comprador pode saber se está pagando mais caro ou mais barato", alerta o consultor financeiro Rafael Paschoarelli.

"A instituição pode oferecer os menores juros do mercado, mas compensar isso com uma tarifa mais alta de documentação ou um seguro mais caro. Essa diferença vai aparecer no CET", diz.

RELACIONAMENTO

A maioria das instituições oferece juros menores a quem estreita o relacionamento no momento da aquisição, abrindo uma conta para receber o salário, por exemplo.

Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress

A oferta de outros produtos atrelados ao financiamento, entretanto, é considerada venda casada e deve ser denunciada ao Banco Central.

"É legal oferecer uma taxa mais atraente a quem tem conta no banco, mas oferecer uma taxa menor em troca da compra de um título de capitalização ou de um seguro é crime", diz Paschoarelli.

Outro custo que é possível negociar é o relacionado aos seguros por morte e invalidez e por danos físicos ao imóvel.

Eles são obrigatórios no financiamento, mas não precisam ser adquiridos na mesma instituição.

PRESSA

Quem tem pressa na contratação de um financiamento pode pesquisar, também, nas chamadas companhias hipotecárias, de menor porte que os bancos de varejo e focadas nesse nicho de crédito.

A especialização é o diferencial dessas empresas, afirma Fábio Nogueira, diretor da Brazilian Mortgages, adquirida no ano passado pelo banco PanAmericano, controlado pela Caixa Econômica Federal.

Os recursos podem ser liberados em até cinco dias úteis. Os juros cobrados, no entanto, podem ser mais altos que nas instituições maiores, e os prazos para pagar são menores.

A Brazilian Mortgages pratica uma taxa efetiva de 9,4% ao ano acrescida da TR (Taxa Referencial, atualmente zero). O prazo de pagamento chega a 30 anos.

Outra companhia hipotecária, a Barigüi, tem taxas a partir de 12,84% ao ano mais IPCA (índice oficial de inflação). O prazo é de dez anos.

O Intermedium, que se tornou um banco em 2008, pratica 12% ao ano mais IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado). O prazo de pagamento é de 15 anos.

A HORA É AGORA

O administrador Douglas Barbosa, 35, financiou um novo apartamento por meio da Brazilian Mortgages. Para ele, realmente os custos estão em baixa e a hora de comprar é agora.

"No meu primeiro financiamento, há oito anos, paguei 10,16% de juros. Agora, para um imóvel de maior valor [acima de R$ 500 mil], encontrei juros em torno de 9,7% ao ano", diz.

Ele fechou negócio com a companhia por uma taxa de 9,1% ao ano.

"Não acredito que os preços dos imóveis vão cair. Acho que esse é o momento de aproveitar essas taxas menores", afirma.


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