Maior banco brasileiro e indutor da política de redução de juros do governo Dilma, o Banco do Brasil teve lucro líquido de R$ 2,56 bilhões, resultado 2,2% maior do que no mesmo período do ano passado.
O crescimento tímido de 2,2% do lucro do BB contrasta com a forte expansão anual de 25,7% nos financiamentos, totalizando R$ 592,7 bilhões ao final de março deste ano. O banco só perdeu para a Caixa, que teve aumento de 43% nos empréstimos em 12 meses.
Descontados avais e fianças, a carteira do BB somou R$ 537 bilhões --o correspondente a 20,4% do mercado de crédito nacional-- à frente da Caixa (R$ 391 bilhões), Itaú (R$ 371,4 bilhões), Bradesco (R$ 297,9 bilhões) e Santander (R$ 211,7 bilhões).
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A explicação se deve a margens mais apertadas de ganhos com os empréstimos, medidos pelos chamados spreads --diferença entre a taxa que o banco paga para o depositante e aquela que empresta ao cliente. O spread médio do banco caiu de 8,9% para 7,6% entre o primeiro trimestre de 2012 e o mesmo período deste ano.
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Segundo Alexandre Abreu, vice-presidente de crédito do BB, as taxas de juros recuaram cerca de 30% na comparação com o primeiro trimestre de 2012.
A chamada margem financeira bruta, que mede quanto o banco ganha com empréstimos, teve crescimento de apenas 1,7% na comparação com o primeiro trimestre de 2012.
"Conseguimos manter os ganhos porque houve um aumento importante de volume, redução na inadimplência e controle das despesas administrativas", disse Ivan Monteiro, vice-presidente de Finanças do banco.
A inadimplência média do banco está em 2,0%, menor do que os 3,6% do sistema financeiro como um todo. Sem contar o Banco Votorantim, a inadimplência é ainda menor: 1,74%. Um ano atrás, os calotes estavam em 2,05% (1,77% sem o Votorantim).
Por causa disso, o banco conseguiu reduzir as despesas com provisões para calotes em 8,3%.
Segundo o BB, esse desempenho é reflexo do crescimento da carteira em linhas de crédito com menor risco, tais como, crédito consignado, financiamento de veículos e crédito imobiliário.
LUCRO
Apesar de ter sido o maior lucro entre os bancos públicos de janeiro a março deste ano, a cifra é menor que os ganhos registrados por Itaú Unibanco (R$ 3,47 bilhões) e Bradesco (R$ 2,92 bilhões) no período.
O lucro líquido ajustado do BB, que exclui itens não recorrentes, ficou em R$ 2,685 bilhões no primeiro trimestre de 2013, queda de 0,7% na comparação anual. Analistas consultados pelo Valor e pela Reuters esperavam que a cifra fosse de R$ 2,7 bilhões.