Folha de S. Paulo


Ninguém está a salvo dos efeitos 'nefastos' da crise, diz Dilma

"Ninguém está a salvo" dos efeitos "nefastos" da crise financeira internacional, e aumentar a cooperação entre países é a única forma de superá-la, disse nesta segunda-feira (13) a presidente brasileira, Dilma Rousseff, na abertura do Encontro Econômico Brasil-Alemanha.

O presidente alemão, Joachim Gauck, também participou do evento, em São Paulo.

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Ela destacou o aumento dos investimentos brasileiros na Alemanha, que cresceram 6,5% ao ano de 2005 a 2010 segundo estatísticas do país europeu, e o comércio entre as duas nações.

"Presidente, essa bem-sucedida integração das nossas economias não pode ocultar, porém, os riscos resultantes da crise financeira internacional. Ninguém está a salvo de seus efeitos nefastos ", disse Dilma, dirigindo-se ao colega em seu discurso.

Juca Varella/Folhapress
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, ao lado do presidente alemão, Joachim Gauck, no 31º Encontro Econômico Brasil-Alemanha
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, ao lado do presidente alemão, Joachim Gauck, no 31º Encontro Econômico Brasil-Alemanha

"A crise só será superada por meio de mais cooperação e de políticas de desenvolvimento que enfatizem o crescimento inclusivo e o aumento da competitividade", ressaltou a presidente brasileira, que afirmou que a redução das trocas comerciais tem sido "uma das correias de transmissão da crise para o resto do mundo". "Daí a importância da cooperação."

Ela culpou os países desenvolvidos pela valorização do real e a perda de competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.

"Apesar de possuirmos um mercado interno sólido, o recrudescimento da crise e sua longa duração não deixaram a economia brasileira incólume", disse. "As volumosas injeções de dinheiro dos países ricos pressionaram pela valorização das moedas de países em desenvolvimento, afetando a competitividade de nossos produtos, entre outros fatores."

Ao destacar a importância da cooperação, a presidente exaltou a eleição do brasileiro Roberto Azevêdo como diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio). "Além de nos orgulhar, [a escolha] nos traz também a certeza de que a OMC será fortalecida na busca por um acordo multilateral de comércio", disse Dilma.


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