A indústria brasileira registrou, em abril, o ritmo de crescimento mais lento dos últimos seis meses. Apesar da melhora em relação ao crescimento de março, o desempenho foi afetado pela queda nas vendas para exportação --o que não ocorria desde novembro do ano passado.
Os dados são do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), pesquisa mensal realizada pelo grupo HSBC sobre o desempenho da indústria.
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"Este é mais um sinal de que a recuperação econômica em 2013 é ainda modesta", disse Andre Loes, principal economista do HSBC no Brasil, em relatório.
Segundo ele, os dados da pesquisa reforçam a percepção de que após um início de ano forte, a atividade econômica perdeu força ao longo do primeiro trimestre.
A indústria ainda sofreu com pressões inflacionárias --em março, o IPCA, a inflação oficial do país, chegou a 6,58% no acumulado dos últimos 12 meses, ultrapassando o teto da meta estipulado pelo governo (6,5%).
As matérias-primas que mais subiram de preço no período foram o aço, o plástico e os combustíveis. Devido à concorrência, nem toda carga de elevação dos preços foi repassada aos clientes, e parte dos custos foi absorvida pela indústria.
EMPREGOS
O relatório do HSBC apontou ainda que houve redução que no número de funcionários, a primeira registrada pelo setor em quatro meses.
Outros fatores apontados pela pesquisa como determinantes para o fraco desempenho foram a escassez de matérias-primas, a logística prejudicada pela má condição das estradas do país e uma deterioração no desempenho dos fornecedores.
A pesquisa é resultado de questionário enviado mensalmente a executivos de compras de cerca de 400 empresas industriais.