Folha de S. Paulo


Garantia para os clientes em caso de quebra de banco irá para R$ 250 mil

O Fundo Garantidor de Créditos, instituição criada pelos bancos pela assegurar o pagamento dos depósitos dos correntistas em caso de quebra de uma instituição financeira, decidiu elevar o valor das indenizações de R$ 70 mil para R$ 250 mil.

A proposta, que ainda precisa passar por assembleia do próprio fundo, faz parte de um plano de reestruturação da entidade, que, nos últimos anos, atuou no socorro privado de bancos em dificuldades financeiras, como PanAmericano e Cruzeiro do Sul.

COBERTURAS

O fundo é acionado diretamente pelo Banco Central quando uma instituição financeira quebra. Serão cobertos depósitos como poupança, CDB (Certificado de Depósito Bancário), conta-corrente e letras imobiliárias no valor de até R$ 250 mil por CPF e por banco.

Assim, se uma pessoa tiver várias aplicações ou contas em um mesmo banco, a restituição total será de no máximo R$ 250 mil. Mas, se a pessoa tiver dinheiro em vários bancos, que eventualmente quebrarem, a garantia será de R$ 250 mil por banco.

Nos casos de conta conjunta, o teto de R$ 250 mil terá que ser dividido entre os seus titulares, independentemente do número deles.

Os pagamentos são feitos, normalmente, em até dois meses, mas há casos de demora maior, podendo chegar a até seis meses. Não é feita correção monetária.

Com a nova cifra, a instituição brasileira se alinha aos padrões internacionais.

Os fundos de investimento, incluindo os de previdência privada, não são cobertos pelo Fundo Garantidor.

No caso de quebra, os cotistas são ressarcidos por meio da venda dos ativos dos fundos.

REESTRUTURAÇÃO

Além do aumento do valor das indenizações, haverá mudança nos conselhos de administração e fiscal, que agora contarão com membros independentes. O objetivo é "profissionalizar" a gestão.

O Fundo Garantidor também quer agilizar e facilitar o pagamento das indenizações.

Formado a partir de contribuições dos próprios correntistas, o fundo tem no seu conselho representantes dos principais bancos do país, que muitas vezes têm negócios e dinheiro a receber dos bancos sob intervenção.

Isso aconteceu pela primeira vez com o PanAmericano em 2010, quando os principais banqueiros do país tiveram de se sentar em uma mesa com o empresário Silvio Santos, então controlador do banco, para negociar um socorro. Caso contrário, haveria prejuízos para todos.


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