Folha de S. Paulo


BNDES está 'tranquilo' sobre exposição à EBX, de Eike, diz Coutinho

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, disse que a instituição está "tranquila em relação à sua exposição" ao grupo EBX, do empresário Eike Batista.

Coutinho afirmou não saber o valor exato dos empréstimo ao grupo, mas afirmou que são inferiores aos R$ 10 bilhões noticiados.

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O presidente do banco de fomento afirmou ainda que "aguarda com tranquilidade" os próximos passos da holding de Eike Batista após sua parceria "de assessoramento financeiro", em alusão ao contrato com o BTG-Pactual.

Mergulhadas em dívidas e sem gerar caixa ainda, as empresas de Eike vivem uma crise de confiança, com forte queda das ações nos últimos meses.

Além de empréstimos, o BNDES é também acionista minoritário em companhias do grupo como MMX e OGX.

Juntas, OGX (petróleo), MPX, LLX (logística), MMX (mineração), OSX (navios) e CCX (carvão) devem R$ 15,8 bilhões.

BANCOS

O mercado também está preocupado com a exposição dos bancos brasileiros, que teriam emprestado quase R$ 12 bilhões às empresas X.

O Bradesco e o Itaú teriam dado mais de R$ 5 bilhões cada um ao empresário. O BTG Pactual aportou R$ 1,6 bilhão e colocou à disposição mais R$ 1 bilhão. Caixa e BB teriam mais R$ 2 bilhões cada a receber. Os bancos não confirmam esses valores.

Para fazer os empréstimos, Eike dava como garantia parte das ações de empresas do grupo, que derreteram neste ano. As ações da OGX, que tem dívida estimada em R$ 5 bilhões, a maior do grupo X, caíram perto de 60% em 2013.

Um dos maiores bancos credores afirma que a situação das empresas X é preocupante, mas que não impacta neste momento seu balanço.

Os bancos só precisam elevar as chamadas provisões para calotes se aumentarem as chances de não pagamento da dívida. A queda no valor das ações, mesmo dadas como garantia, não implica o aumento das provisões.

Outro banco credor diz que contrata operações privadas que funcionam como um "seguro" contra eventuais perdas com empréstimos a determinadas empresas. Dessa forma, mesmo em caso de calote o banco estará parcialmente coberto.

Com reportagem de São Paulo


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