Folha de S. Paulo


Petrobras vê maior poder de barganha em renovação de contrato de gás com a Bolívia

A renovação do acordo de compra de gás natural da Bolívia, prevista para 2019, mas que se estenderá até 2020 por conta de um volume não utilizado no início do contrato, poderá trazer termos mais favoráveis para o Brasil, avaliou hoje a presidente da Petrobras, Graça Foster.

"Vamos negociar, porque agora temos o gás nacional, o GNL (gás natural liquefeito), o Pron-gás (estudos para produzir gás em terra), leilão da ANP. Tudo isso muda muito o quadro desde que assinamos o contrato em 1999", disse Graça após apresentar o Plano de Negócios 2013-2017 a cerca de 500 empresários na Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro).

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Pelo contrato atual, a Petrobras pode receber entre 24 e 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, precificado de acordo com uma cesta de óleos. A executiva não antecipou o que poderia mudar no contrato.

Graça acumula desde meados do ano passado a diretoria Internacional da companhia, que, no novo plano de negócios, teve sua capacidade de investimentos reduzidas de 5% do total no plano anterior para 2% no atual plano.

A empresa está negociando a venda de ativos fora do país, entre eles uma refinaria no Japão, que teria recebido uma oferta de US$ 650 milhões, o que não foi confirmado nem negado pela executiva. "Não vou comentar", afirmou.

"Temos feito melhorias no portfolio para ficar onde é bom, estamos discutindo saídas totais e parciais (de blocos de petróleo)", disse sem dar detalhes.

Sobre a polêmica parceria com a venezuelana PDVSA na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, anunciada em 2006 mas que até hoje não saiu do campo das intenções, Graça afirmou que continua aguardando uma reunião com a empresa.

"Não tem agenda no momento. Teve a perda do seu líder (Hugo Chávez) e a agenda foi postergada", explicou.

Segundo Graça, a Renest, como é chamada dentro da empresa, sigla de Refinaria do Nordeste, continua sendo construída e não tem prazo para fechar a parceria com a PDVSA. Atualmente, a obra está 72% concluída, feita com recursos exclusivos da Petrobras.


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