Folha de S. Paulo


Cade aprova fusão entre Azul e Trip, mas obriga fim de acordo com a TAM

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou nesta quarta-feira (6) a fusão entre a Azul Linhas Aéreas Brasileiras e a Trip Linhas Aéreas, por unanimidade, com duas restrições.

Para aprovar a fusão, o órgão antitruste brasileiro exigiu o fim do acordo de compartilhamento de voos firmado entre a Trip e a TAM em até dois anos e manutenção da meta de eficiência da Azul em utilizar mais de 85% de seus slots no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro --o monitoramento do uso mínimo dos slots será feito trimestralmente.

Ricardo Ruiz, conselheiro do Cade relator do caso, salientou que a união entre as duas companhias aéreas tem como resultado "uma empresa com mais capacidade de questionar as líderes [TAM e Gol]".

Divulgação
Aeronave da Azul, que teve a fusão com a Trip aprovada com duas restrições pelo Cade nesta quarta-feira (6)
Aeronave da Azul, que teve a fusão com a Trip aprovada com duas restrições pelo Cade nesta quarta-feira (6)

Para o diretor de comunicação e marca da Azul, Gianfranco Beting, a decisão foi como um "gol em copa do mundo" e as condições impostas pela autarquia já eram esperadas.

"(Não temos) Nenhuma crítica, foi dentro do esperado. A gente acha que realmente para operar em aeroporto central você tem que cumprir com tudo o que é esperado", disse à Reuters. Segundo ele, atualmente o índice de eficiência no aeroporto de Santos Dumont está acima de 85%.

Beting, da Azul, ressaltou a aprovação pelo Cade abre caminho para receber também o aval da Anac. "Vai ter uma série de averiguações, visita a hangares, aeroportos e instalações da companhia, para dar o carimbo de aprovação. Com isso a gente pode efetivar a união", explicou.

O executivo ressaltou que após a autorização da Anac, as marcas serão unificadas na Azul. "É um processo longo. Se imaginar que temos que pintar pelo menos 60 aviões da Trip, nós estimamos algo em torno de um ano, um ano e meio pra fazer esse trabalho, após aprovação da Anac".

Sobre o quadro de funcionários das duas empresa, Beting afirmou que não serão feitas demissões.

Anunciado em maio do ano passado, o acordo não envolveu o desembolso de dinheiro --os atuais sócios da Azul terão 67% da holding e os acionistas da Trip, os 33% restantes.

Com a decisão unânime, as empresas estão autorizadas a realizar a completa integração de suas operações, unindo frotas, malhas aéreas e estruturas organizacionais sob a marca Azul.

O negócio resultará na terceira maior companhia aérea do país com 16,4% do mercado doméstico, uma frota de 118 aeronaves, 102 destinos atendidos e cerca de nove mil funcionários.

Com agências de notícias


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