Folha de S. Paulo


Presidente da operadora Oi deverá ser substituído depois do Carnaval

Contratado em junho de 2011 por R$ 100 milhões para presidir a Oi por quatro anos, Francisco Valim deverá ser substituído após um ano e meio no cargo.

A Folha apurou que, embora parte do valor seja atrelada a desempenho, a companhia terá de pagar o total como "indenização" pela saída antecipada. A data não está fechada, mas seria no primeiro trimestre, provavelmente após o Carnaval.

Ainda não há um nome para substituir Valim, mas, pelo estatuto da companhia, deverá assumir o presidente do Conselho de Administração.

Valim substituiu Luiz Eduardo Falco, responsável pela incorporação da Brasil Telecom, em 2008. A operação fez a dívida da companhia saltar de R$ 9,8 bilhões para R$ 22,4 bilhões, em 2009.

Com esse "peso", a Oi não acompanhou o ritmo de investimento das concorrentes e perdeu posição.

Em 2010, o então presidente Luís Inácio Lula da Silva atuou para permitir que a Portugal Telecom entrasse no bloco de controle da Oi. Os portugueses estavam saindo da Vivo e só fariam isso caso tivessem outra operadora para investir no Brasil.

O acordo foi fechado, e a Portugal Telecom injetou R$ 8,3 bilhões na Oi, reduzindo a dívida à metade.

Os problemas começaram há cerca de um ano. Os gastos subiram, principalmente com a reestruturação societária (incorporação definitiva da Brasil Telecom). As receitas e os lucros caíram e a operadora dobrou investimentos. Resultado: a dívida se elevou, deixando os controladores insatisfeitos.

A situação chegou ao limite em setembro, quando a Oi trocou seu software de gestão. Por isso, disse a empresa na ocasião, precisaram atrasar o pagamento de fornecedores por um mês.

Os controladores entenderam a medida como manobra para evitar um prejuízo no balanço trimestral.

Além disso, houve conflitos entre Valim e o comitê tecnológico, controlado pela Portugal Telecom.

A operadora portuguesa defende o lançamento de produtos e serviços inovadores que trariam de volta a competitividade da Oi --algo que faria diferença no momento em que a concorrência enfrenta problemas.

Procurados, a Oi e os controladores da operadora não quiseram comentar.


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