Folha de S. Paulo


Indústria do audiolivro começou a ganhar espaço nos anos 1970, nos EUA

Apesar de a indústria brasileira de audiolivros ainda estar em seus primórdios, o formato não é exatamente novo.

Em 1878, um ano após inventar o fonógrafo, primeiro aparelho capaz de gravar e reproduzir sons, Thomas Edison (1847-1931) já previa que o equipamento seria usado para que deficientes visuais, pacientes internados no hospital e até mesmo pessoas muito ocupadas pudessem ouvir livros narrados.

Nos anos 1970, os audiolivros começaram a ganhar espaço no mercado editorial americano, com a formação de empresas que gravavam e alugavam registros de conteúdo desse tipo, como a Books on Tape e a Recorded Books.

Na década seguinte, foi a vez da conquista das livrarias –as gravações dividiam as estantes com os livros físicos. Em 1985, um relatório da indústria de audiolivros indicava já haver nos EUA 22 mil títulos disponíveis em narração.

No Brasil, a produção de livros infantis, como os da chamada Coleção Disquinho, existe há décadas.

Silvia Leitão, da Record, lembra que o grupo chegou a experimentar trabalhar com a gravação de CDs. A proposta, porém, não avançou por causa dos custos relacionados à produção.

Mais recentemente, iniciativas como Plugme, Universidade Falada e Livro Falante desenvolveram projetos ligados a obras em áudio, distribuídas via CD ou download de MP3.

No entanto, só com a entrada das novas empresas e o investimento em streaming (pegando carona na rápida expansão do mercado americano) é que as coisas começaram a ganhar força no país.

"Agora é outro momento", diz ela. "A tecnologia já está aumentando o acesso e a demanda por esse tipo de produto. É um formato novo para a gente, e estamos começando a testar, mas tem tido um resultado positivo, e tem interessado aos autores", explica.

DANIEL BUARQUE, 36, é jornalista da Folha e mestre em relações internacionais pelo King's College de Londres.


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