Folha de S. Paulo


Arte e música lusófonas e outras cinco indicações culturais

MÚSICA | OSMO VÄNSKÄ
O Quarteto Osesp recebe como solista convidado neste domingo (3) o maestro finlandês Osmo Vänskä. Serão interpretadas obras do norte-americano John Adams, do compositor tcheco Bohuslav Martinu e de Mozart. Vänskä participará também da série "Música na Cabeça" na segunda (4), e falará sobre as sinfonias de Jean Sibelius, seu conterrâneo., em encontro gratuito na Sala Carlos Gomes, às 19h.
Sala São Paulo | tel. (11) 3367 9500 3/5 | 16h | R$ 71 a R$ 92

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EXPOSIÇÃO | IVAN GRILO
As pesquisas sobre a herança cultural africana feitas durante a visita de Grilo à Bahia são o mote dos trabalhos da mostra "Eu Quero Ver". A exposição "Civilização do Nordeste", de curadoria de Lina Bo Bardi e que foi censurada em 1965, também fez parte das pesquisas do artista. A exposição, que tratava de cultura popular, foi apresentada em 1963 no Solar do Unhão e seria montada em Roma dois anos depois, mas não chegou a ser aberta ao público.
Casa Triângulo | tel. (11) 3167 5621 | ter. a sáb., das 11h às 19h | até 16/5 | grátis

Divulgação
Estudo para movimentos circulares #1 , 2015
Estudo para movimentos circulares #1 , 2015

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MÚSICA | CULTURA LUSÓFONA
A produção contemporânea de países de língua portuguesa –Angola, Moçambique, Portugal e Brasil– tem um recorte na mostra "As Margens dos Mares", com curadoria de Agnaldo Farias. Em paralelo, shows no fim desta semana unem os músicos brasileiros Ivan Lins, Céu e Paulinho da Costa, a Ana Bacalhau e Sara Tavares (Portugal), Manecas Costa (Guiné-Bissau), Mayra Andrade (Cabo Verde) e Stewart Sukuma (Moçambique). A direção musical é do guitarrista, compositor e produtor norte-americano Lee Ritenour, que recorda parte de seus vínculos com o Brasil em texto nesta edição.
Sesc Pinheiros | tel. (11) 3095-9400 | mostra de 8/5 a 2/8 | de ter. a sex. das 10h às 21h30; sáb., das 10h às 21h; dom. e fer., das 10h às 18h30 | grátis shows 8/5 e 9/5, às 21h; e em 10/5 às 18h | R$ 40 (inteira)

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EXPOSIÇÃO | SAINT CLAIR CEMIN
Os trabalhos do artista gaúcho oscilam entre o surrealismo e o formalismo. Nas cinco esculturas de "Symbolista", estão presentes alusões ao inconsciente e à memória –por exemplo, o arquétipo paterno aparece em "Father", obra feita em bronze que mostra um sapato de domingo enjaulado como uma fera.
Galeria Bolsa de Arte tel. (11) 3062 0501 | seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 17h | até 16/5 | grátis

Divulgação
“Father”, aço, bronze e madeira, 2011
“"Father"”, aço, bronze e madeira, 2011

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COLÓQUIO | DALTON TREVISAN
A Pós-Graduação em Literatura Brasileira e o Instituto de Estudos Brasileiros da USP promovem colóquio em homenagem aos 90 anos do escritor Dalton Trevisan. Berta Waldman fará a conferência de abertura. Haverá debate entre os professores Arnaldo Franco Júnior, Augusto Massi e Eliane Robert Moraes. A mesa "Depoimento de Escritores" terá a participação de Francisco Alvim, Fernando Paixão e André Sant'Anna. Michael Wood, da Universidade Princeton, fará o encerramento.
Sala 107 do Prédio de Letras, na USP7/5, às 14h, 8/5, às 14h | inscrições emcoloquiodalton90@gmail.com | grátis

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EXPOSIÇÃO | HERCULE FLORENCE
A "Ilustríssima" fez três perguntas para Glória Kok e Francis Lee, curadoras da exposição "O Olhar de Hercule Florence sobre os Índios Brasileiros". (Thiago Nascimento)

Folha - Como o Brasil de 190 anos atrás está presente na exposição?
Kok e Lee - Hercule Florence realizou incursões pelo interior de São Paulo, documentando em textos e imagens a vida nas vilas e fazendas, as tradições populares e a situação dos escravos. E não ficou apenas na teoria: ao adquirir a fazenda do sogro, libertou os cativos e introduziu o sistema de parceria.

Coleção Academia de Ciências da Rússia
Mundurucu em traje de festa, 1828
Mundurucu em traje de festa, 1828

Qual é a situação atual de etnias indígenas registradas pelo artista?
Os oti xavantes, por exemplo, foram extintos, já os caiapós do Sul se dispersaram, mas foram recentemente identificados como panarás. Os apiacás, retratados por ele quando o contato com os brancos ainda não havia se estabelecido, sofreram a brutalidade do trabalho nos seringais e foram considerados extintos. No final do século 20, porém, conseguiram reconstruir suas tradições.

Como Florence foi usado na construção do mito bandeirante?
Por ocasião dos preparativos para o centenário da independência do Brasil, o então diretor do Museu Paulista, Affonso Taunay, encomendou a renomados artistas pinturas a óleo executadas a partir de desenhos de Florence. O resultado compôs as salas sobre São Paulo antigo, formando um panorama da Província no século 19 e destacando o papel do bandeirante como desbravador do sertão, e dos paulistas na construção do Brasil. Foi por esse motivo que Taunay chamou Hercule Florence de patriarca da iconografia paulista.

Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin - Sala Multiuso | tel. (11) 2648-0310 | seg. a sex., das 8h30 às 18h30 | de 6/5 a 30/6 | grátis


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