Folha de S. Paulo


São Paulo-Roraima, de Fusca, e outras 7 indicações culturais

EXPOSIÇÕES | GALERIA VERMELHO
Em 1976, a fotógrafa Claudia Andujar saiu de São Paulo num fusca preto, rumo às aldeias ianomâmis em Roraima, onde ela iniciara o registro do modo de vida dos índios que a projetaria internacionalmente. A viagem durou 16 dias e foi toda registrada, tendo o carro como personagem principal. Essas imagens constituem a mostra "O Voo do Watupari" --urubu, em língua ianomâmi, como os índios apelidaram o Volkswagen. A galeria ainda apresenta mostras de Dora Longo Bahia e Keila Avaler.
de terça (7), às 20h, a 31/6 | grátis

Claudia Andujar/Divulgação
Foto da série "O Voo do Watupari", de Claudia Andujar
Foto da série "O Voo do Watupari", de Claudia Andujar

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ELENA
O filme se chama "Elena", mas são três as protagonistas: a diretora, Petra Costa, sua mãe e sua irmã mais velha, a personagem-título. Jovem atriz que atuou em grupos teatrais paulistanos, Elena decidiu ir para Nova York estudar teatro durante uma crise pessoal que a levaria à morte. A partir de cenas de família e brincadeiras entre irmãs, registradas em VHS, Petra constrói uma comovente narrativa sobre mãe e filhas, ambição artística e destino trágico. O documentário, que entra em cartaz na sexta (10), tem pré-estreia gratuita promovida pela Folha no dia anterior; após a sessão, haverá debate com a diretora e o psicanalista Pedro de Santi.
Espaço Itaú de Cinema - Augusta (sala 1) | 9/5, às 20h | senhas uma hora antes no local

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EXPOSIÇÕES | MARIA ANTONIA
O centro cultural da USP abre quatro exposições de arte contemporânea: em "Cal Pano Pau", Nuno Ramos tem uma exposição de 1987 remontada, composta por seis peças em madeira, tecido e cal em pó; Dudi Maia Rosa apresenta "Cábulas", composições de materiais diversos sobre tela; João Loureiro mostra a instalação "Primeira Parte do Fim", e Bruno Dunley, um conjunto de pinturas recentes.
*de quinta (9), às 20h, até 14/7 | grátis | www.usp.br/ceuma

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LIVRO | ARTHUR CONAN DOYLE
Publicado em fascículos entre 1901 e 1902, "O Cão dos Baskerville" ganha nova tradução em edição com 40 ilustrações históricas. Talvez o mais famoso caso do detetive Sherlock Holmes, a novela é ambientada em lúgubres paisagens inglesas.
trad. Maria Luiza X. de A. Borges | Zahar | 264 págs. | R$ 22,90

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LIVRO | DIAS DE LUTA
A "biografia de grupo" sobre a geração do rock brasileiro dos anos 1980 ganha nova edição, dez anos depois de seu lançamento pelo jornalista Ricardo Alexandre. Ele recapitula os bastidores da trajetória de bandas e artistas como RPM, Lobão, Lulu Santos, Kid Abelha, Barão Vermelho, Paralamas e outras. "No Brasil, o rock só funcionou como catalisador juvenil nos anos 80. Na Europa e em outros lugares, esse processo aconteceu nos anos 50, 60 e 70. Foi uma época em que recuperamos o isolamento cultural provocado pela ditadura militar", conta Alexandre à Folha.
Arquipélago | 440 págs. | R$ 39,90

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LIVROS | PHOEBUS
A pequena editora artesanal sediada em São Paulo publica "A Invenção da Terra", do geógrafo italiano Franco Farinelli, sobre a história das concepções de terra e universo, das narrativas mitológicas aos satélites, e o já clássico "As Línguas do Paraíso - Arianos e Semitas, um Casamento Providencial", de Maurice Olender, ensaio de 1989 sobre o antissemitismo contemporâneo, celebrado por Umberto Eco e Jacques Le Goff. Prefácio de Jean-Pierre Vernant.
"A Invenção da Terra": trad. Francisco Degani | 144 págs. | R$ 40
"As Línguas do Paraíso": trad. Bruno Feitler | 264 págs. | R$ 41

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LIVRO | FUTILIDADE DA NOVELA
Especializado em Machado de Assis, o professor de literatura brasileira na Universidade Nova Lisboa Abel Barros Baptista retoma a obra de seu conterrâneo Camilo Castelo Branco (1825-90), objeto de seu primeiro livro, de 1988. Baptista parte da velha rivalidade entre os partidários do autor de "Amor de Perdição" e Eça de Queirós para mostrar como Camilo empreendeu a "revolução romanesca" que ajudou a consumar o triunfo do gênero em Portugal.
Ed. Unicamp 296 págs. | R$ 40

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LIVRO | DERRIDA - BIOGRAFIA
Benoît Peeters esquadrinha a vida de um dos intelectuais mais influentes do século 20. Publicado em 2010, o livro foi saudado pela psicanalista Elisabeth Roudinesco como "uma excelente biografia no mais puro estilo da tradição anglo-saxã". Ou seja: Peeters resiste à linhagem verborrágica das biografias "de ideias" francesas e dedica 700 páginas sobre a infância na Argélia, a família, as mulheres, a vida intelectual e os gostos do criador do desconstrucionismo.
trad. André Telles | Prefácio de Evando Nascimento | Civilização Brasileira | 742 págs. | R$ 79,90


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