Folha de S. Paulo


Museu do Carnaval de Salvador faz de shorts de Carla Perez a sua Monalisa

vídeo museu do carnaval

A sala tem o formato de cinema, mas o som tem potência de trio elétrico. Soam os primeiros acordes de "Fricote", de Luiz Caldas, e surgem dois dançarinos na tela. O guia do museu transforma-se em professor de dança.

A experiência promete ser um ponto alto do Museu do Carnaval de Salvador, que está sendo erguido pela prefeitura num casarão de três andares no centro histórico e será inaugurado em fevereiro, às vésperas da festa.

Com curadoria do cenógrafo Gringo Cardia, o museu será multimídia e promete passeio por três séculos de história de um dos principais carnavais do país. Também assinam o projeto o produtor Jonga Cunha, a editora Bete Capinan e o pesquisador Paulo Miguez, da Universidade Federal da Bahia.

"O museu vem suprir uma lacuna enorme: contar a história da nossa principal expressão de cultura popular", diz o secretário municipal de Cultura, Claudio Tinoco.

Prefeitura de Salvador/Divulgação
Dançarinos no museu que será inaugurado em fevereiro
Dançarinos no museu que será inaugurado em fevereiro

Com fone de ouvido, o visitante será instado a conhecer a história do Carnaval baiano, desde o tempo em que negros e brancos faziam festas segregadas: as elites desfilavam com máscaras na Cidade Alta, quanto os escravos e negros libertos faziam batucadas na Cidade Baixa.

O prédio abrigará ainda biblioteca, centro de pesquisa e terraço para apresentações.

Ao todo, são 18 temas. Cerca de 200 estatuetas espalhadas retratarão os principais personagens da festa e replicarão trios históricos. Também haverá exposições de fantasias de blocos afro, abadás e mortalhas, além de figurinos das estrelas do axé.

"Nossa Monalisa será o shortinho de Carla Perez, que vamos expor dentro de um cubo de vidro", diz Cardia.

O segundo andar, com duas salas de cinema, terá sessões sequenciadas com músicas e coreografias de artistas como Carlinhos Brown, Daniela Mercury e Ivete Sangalo.

Também serão replicados carnavais antigos, com frevos de Moraes Moreira e Caetano Veloso dos anos 1970, os ícones entre blocos afro e afoxés como Olodum e Filhos de Gandhy, desembarcando em "Fricote" e "Segura o Tchan".

A ideia do museu, diz Cardia, é trazer um pouco da experiência da festa."Para o baiano, terá um quê de nostalgia. Para quem é de fora, uma amostra da cultura um povo que adora se divertir, receber influências e se misturar."

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