Um ano de polêmicas nas artes, 2017 também guardou discussões e ânimos aflorados nos palcos brasileiros.
A política permeou a cena, tanto ao discutir a polarização de ideias quanto ao debater o lugar de minorias na sociedade e nas artes.
Foi ainda um ano de produções marcantes, além, claro, da reencenação, após meio século, de "O Rei da Vela", do Teatro Oficina.
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Todas as cores
A discussão sobre o racismo e o papel do negro se mostrou muito presente. A MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo reuniu em sua grade três montagens com a temática; já a Companhia Brasileira de Teatro mergulhou no assunto em "Preto". Fora os debates sobre a representação e a participação do negro nas artes
| Lenise Pinheiro/Folhapress | ||
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| Grace Passô no espetáculo "Preto, da Companhia Brasileira de Teatro |
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Podres poderes
O tom político marcou não só boa parte das produções teatrais de 2017 –de "O Rei da Vela", em remontagem do Teatro Oficina, a "Selvageria", de Felipe Hirsch, e "11 Selvagens", de Pedro Granato – como os debates no meio artístico, que se debruçou sobre a redução da verba da pasta e questões de censura e intolerância
| Luís Egídio/Divulgação | ||
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| Caco Ciocler em cena da peça "Selvageria", do diretor Felipe Hirsch |
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Aquelas mulheres
Obras de cunho feminista também se fizeram presentes, como o monólogo "Carne de Mulher", com Paula Cohen, a adaptação teatral de "A Guerra Não Tem Rosto de Mulher", da bielorrusa Svetlana Aleksiévitch, e até o Cirque du Soleil, com uma versão feminista de "A Tempestade", de Shakespeare. Além disso, muitos encontros pautaram o debate sobre a produção dramatúrgica de mulheres
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Afasta de mim esse cálice
Na onda dos embates entre grupos conservadores e o meio artístico, "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu" chegou a ser vetada pela Justiça –liminares suspenderam sessões em Jundiaí (SP) e em Salvador (BA). A peça da dramaturga inglesa Jo Clifford recria a história de Jesus como uma transexual, e a montagem brasileira, em circuito desde 2016, foi acusada de "debochar" de símbolos religiosos
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Cai o pano
Este foi o ano em que se perdeu Ruth Escobar, atriz, produtora e ativista, responsável por colocar o país na vanguarda teatral dos anos 1970. Além dela, Peter Hall, fundador da Royal Shakespeare Company, o dramaturgo americano Sam Shepard e o ator Marcos Tumura
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Esfriou
A anúncio de congelamento de quase 50% do Orçamento da Cultura na cidade de São Paulo causou celeuma no meio artístico, que respondeu com uma série de protestos. Produções foram afetadas, e a crise financeira também atingiu a organização de festivais
| Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
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| Manifestantes protestam em frente ao Theatro Municipal de São Paulo no dia 22 de fevereiro |
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Esquentou
O Condephaat reverteu decisão de 2016 que proibia construção de torres pelo Grupo Silvio Santos no terreno vizinho ao Teatro Oficina, que é tombado. Outro debate envolveu o TBC. Em agosto, o MinC anunciou que concederia a administração da casa histórica à iniciativa privada
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Destaques do ano
Cinco grandes peças de 2017
O Rei da Vela
50 anos após montagem original, Teatro Oficina ainda impacta com peça
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Boca de Ouro
Com ricas referências visuais, Gabriel Villela dá potência à peça de Nelson Rodrigues
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Suassuna: O Auto do Reino do Sol
Grupo Barca dos Corações Partidos emociona no resgate do musical popular
| Matheus José Maria/Divulgação | ||
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| Companhia Barca dos Corações Partidos em cena do musical "Suassuna - Auto do Reino do Sol" |
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Grande Sertão: Veredas
Releitura sonora da obra de Guimarães Rosa pela diretora Bia Lessa
| Lenise Pinheiro/Folhapress | ||
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| Luisa Arraes (ao fundo) e Caio Blat (como o jagunço Riobaldo) em ensaio de 'Grande Sertão: Veredas' |
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Tom na Fazenda
Montagem contida, mas extremamente potente, da peça de Michel Marc Bouchard
| Lenise Pinheiro/Folhapress | ||
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| Atores Gustavo Vaz (esq.) e Armando Babaioff na peça "Tom na Fazenda" |