Folha de S. Paulo


Comic Con de São Paulo consolida seu gigantismo em 2017

Um rapaz brande uma réplica do sabre de luz de "Star Wars" que insiste em apagar quando ele tenta tirar uma foto. Tal como o jedi desafortunado, a CCXP pode soar um tanto risível se comparada às suas congêneres americanas, já bem mais sedimentadas.

Mas, ao encerrar sua quarta edição neste domingo (11), a edição paulistana pode superar, em número de visitantes, as equivalentes dos EUA.

Em 2014, quando começou, vendeu 97 mil ingressos. Em 2016, já eram 196 mil. Para se ter uma ideia, a Comic Con nova-iorquina reuniu 200 mil pessoas em 2017. Pouco atrás dela, a brasileira já se diz "a maior do mundo".

São hiperbólicos os números ali dentro: R$ 400 para o ingresso, R$ 45 para estacionar, quatro horas para poder entrar na loja de produtos de "Harry Potter", 40 minutos para conseguir lugar no auditório, R$ 200 por um boneco de "Game of Thrones".

E por que tais convenções atraem tanta gente? Considerações sobre identidade de grupo à parte, elas são as grandes vitrines de lançamentos para estúdios e afins.

Em San Diego, onde desde 1970 ocorre a mais importante delas, aparecem em primeira mão trailers dos filmes da Marvel, por exemplo. Considere que longas assim são ímãs de merchandising, imagine o tamanho desse mercado nerd. A CCXP pôde desfrutar desse gesto neste ano, quando a Universal decidiu divulgar, primeiro em São Paulo, o trailer do novo "Jurassic World".

Enquanto o vídeo corria na telona do auditório de 3.000 lugares –ocupados por uma público que urrava e trajava bonés com o logo do filme–, uma fileira de seguranças passava para impedir filmagens com o celular. "Vamos lá, pessoal", pedia o apresentador. "Vamos mostrar que aqui no Brasil a gente respeita."


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