Folha de S. Paulo


Capital turca proíbe mostras e filmes LGBT por 'risco à segurança pública'

A capital turca, Ancara, proibiu a exibição pública de filmes e exposições relacionadas a questões lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT), afirmou o gabinete do governador neste domingo (19), citando "riscos para a segurança pública".

A decisão provavelmente aprofundará o atrito entre os ativistas dos direitos humanos e os aliados ocidentais da Turquia sobre o seu histórico em relação às liberdades civis sob o partido de origens islamistas AK, do presidente Tayyip Erdogan.

Ozan Kose/AFP
A homossexualidade não é crime na Turquia, mas há hostilidade generalizada
A homossexualidade não é crime na Turquia, mas há hostilidade generalizada

"A partir de 18 de novembro de 2017, no que diz respeito à sensibilidade pública da nossa comunidade, eventos como cinema, teatro, painéis, entrevistas e exposições LGBT estão proibidos até a segunda ordem em nossa província para proporcionar paz e segurança", disse o gabinete do governador em um comunicado.

O órgão afirma que tais exposições poderiam fazer com que diferentes grupos na sociedade "nutram o ódio e a hostilidade em público" uns contra os outros e, portanto, representam um risco para a segurança pública.

Na quarta (15), autoridades em Ancara já haviam proibido um festival de cinema gay alemão, um dia antes da abertura, citando riscos de segurança pública e ataques terroristas.

Além disso, paradas de orgulho gay foram banidas em Istambul nos últimos dois anos. Ao contrário de muitos países muçulmanos, a homossexualidade não é um crime na Turquia, mas há hostilidade generalizada.

As liberdades civis na Turquia tornaram-se uma preocupação particular para o Ocidente após a tentativa de golpe militar em julho de 2016. Desde então, mais de 50 mil pessoas foram presas e aguardam julgamento por suspeita de vínculos com o golpe. Cerca de 150 mil pessoas foram demitidas ou suspensas de seus empregos.


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