Folha de S. Paulo


'A Princesa de Clèves', de Madame de Lafayette, é destaque da Coleção Folha

Mais de 330 anos após a publicação, a narrativa protagonizada por uma dama da corte dos Valois foi criticada publicamente pelo ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, o que gerou protestos com crachás "Eu leio 'A Princesa de Clèves'".

A obra escrita por Madame de Lafayette em 1678, pioneira do romance moderno, também foi alvo de discussão pública no lançamento: duvidava-se da verossimilhança das ações da protagonista.

"A Princesa de Clèves" chega às bancas no domingo (19/11) pela Coleção Folha Mulheres da Literatura, e os leitores poderão julgar as intenções da princesa que se debate entre viver uma paixão que sente pelo duque de Nemours ou preservar o casamento.

Geille/Divulgação
Gravura de de Marie-Madeleine Pioche de La Vergne, a Madame de Lafayette (1634-1693), autora de 'A Princesa de Clèves
Gravura de de Marie-Madeleine Pioche de La Vergne, a Madame de Lafayette (1634-1693), autora de 'A Princesa de Clèves'

Apesar da trama na aparência banal, o romance atravessa os galanteios da aristocracia francesa do século 16 para dar luz a dilemas íntimos.

"'A Princesa de Clèves' foi um romance que fez das interdições sociais do adultério a tela sobre a qual se projetavam questões muito mais agudas, como a autonomia do indivíduo sobre as paixões", diz Manuel da Costa Pinto, crítico da Folha e curador da série.

Aristocrata erudita, Madame de Lafayette descreve mais que uma mulher que se casa por conveniência: ela narra a luta de uma mulher consigo mesma na busca para se fazer dona do seu destino. Como diz Albert Camus no posfácio: "Não há arte onde não há nada a ser vencido".


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