O Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul divulgou em nota nesta quinta-feira (28), que recomenda ao Santander Cultural a reabertura da exposição "Queermuseu - Cartografias da Diferença da Arte Brasileira" até o dia 8/10, data originalmente prevista para seu encerramento. A mostra foi interrompida no dia 10 de setembro após protestos de grupos conservadores.
O Ministério deu prazo de 24 horas para o banco responder se acatará ou não a recomendação. A Procuradoria Regional dos Diretos do Cidadão orienta que os organizadores da exposição informem ao público sobre as "eventuais representações de nudez, violência ou sexo" nas obras.
O órgão também recomendou que seja realizada nova exposição, à custa do banco, em proporções e objetivos similares à "Queermuseu", preferencialmente com temática relacionada à diferença e a diversidade, a fim de compensar o período em que a mostra permaneceu fechada ao público.
No comunicado, o procurador regional dos direitos do cidadão, Fabiano de Moraes, ressalta que a atitude de fechar a exposição é prejudicial à liberdade de expressão artística. Ele compara, ainda, o fechamento à destruição de obras na Alemanha durante o período do governo nazista.
O Ministério Público havia analisado a exposição anteriormente e chegado à conclusão de que não havia qualquer indício de apologia à pedofilia nas obras, como fora afirmado nas manifestações contrárias à exposição.