Folha de S. Paulo


Opinião

Exposição fechada mostra que brasileiro não é mais cordeirinho

O braço cultural de uma instituição bancária resolve promover uma exposição de arte chamada "Queermuseu". A despeito de seus lucros em solo brasileiro, resolve fazer uso de lei de incentivo para obter, via renúncia fiscal, R$ 800 mil para financiar sua exposição. Conseguem a autorização.

Conforme descrito no site do Ministério da Cultura, a exposição tinha o seguinte objetivo: "[...] Aproximar o público escolar das diversas linguagens da arte contemporânea e seus autores. Instituições com visitas pré-agendadas contarão com monitores e participação no Programa Educativo do Santander Cultural para Públicos Especiais, principalmente escolas tanto da rede pública como privada".

A exposição em si é recheada de zoofilia, ofensas à fé cristã e imagens sexualizadas de crianças; pretende-se que escolas públicas e privadas façam visitas monitoradas, e material impresso foi feito –com dinheiro público– para ilustrar essas visitas.

O site Lócus foi o primeiro a denunciar. Após isso, a sociedade civil –Movimento Brasil Livre (MBL) incluso– protestou contra o absurdo.

Vale lembrar: membro algum do movimento se manifestou no local ou constrangeu os presentes, prática costumeira da esquerda. Quem faz uso recorrente da violência são os mesmos que agora reclamam da nossa manifestação republicana.

Após contundente pressão popular, o Santander Cultural recuou e decidiu cancelar a "exposição". Democraticamente. Reconhecendo seu erro.

Dali em diante, a velha imprensa entrou em campo. Primeiro, atribuindo todo o mérito pela mobilização ao MBL, com o objetivo de atingi-lo; segundo, dizendo que o movimento "censurou" a exposição –desonestidade que denota desespero–; e terceiro, atacando o movimento com agressões e calúnias.

A jornalista Monica Waldvogel, da Globo, chegou ao absurdo de comparar nossa indignação à ação de fascistas e nazistas; Leandro Brixius, editor no jornal "Zero Hora", disse ter vontade de "passar a bala" em nossos seguidores.

Manifestações de ódio, difamação e incitação à violência foram a tônica da turminha dos "ilustrados do bem".Lamentamos. O MBL preza a civilidade e o bom debate público e teme a escalada de violência e intolerância política advinda, especialmente, de setores da nossa imprensa.

O que eles querem, no fim, é que uma elite política e cultural continue utilizando dinheiro público para desrespeitar e vilipendiar os valores mais profundos da sociedade brasileira, dela exigindo que entregue seu dinheiro de forma silente e resignada.

Que saibam, porém, que novos tempos chegaram. Os brasileiros não são mais um cordeirinho calado, cujo destino é muito bem ilustrado por uma das obras expostas pelo Santander.

RENAN SANTOS é fundador do Movimento Brasil Livre (MBL).


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