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Para Maria Ribeiro, 'Como Nossos Pais' é atemporal e 'argentino'

Marcus Leoni/Folhapress
Maria Ribeiro na pré-estreia do filme 'Como Nossos Pais
Maria Ribeiro na pré-estreia do filme 'Como Nossos Pais'

A boa acolhida de "Como Nossos Pais" no Festival de Berlim, em fevereiro, e na França e na Holanda, onde o filme está na terceira semana em circuito, animou a equipe. Mas seu arrastão de Kikitos no Festival de Gramado –foram seis estatuetas– superou as expectativas.

"Esperava que o filme fizesse sucesso, mas não imaginei que a gente ganharia tantos prêmios", diz à Folha a atriz Maria Ribeiro. "Estava torcendo para ganhar como melhor atriz, mas ao mesmo tempo a gente segura a onda para não se decepcionar. Mas se disser que achei estranho vou estar mentindo."

Durante o longa, há apenas uma cena curta, de menos de um minuto, na qual Rosa, personagem de Maria, não aparece. "Nunca tinha feito protagonista, e na primeira vez eu faço essa 'protagonistaça'. Foi mesmo um mergulho muito intenso."

Com foco em questões femininas, o filme tem um caráter atemporal, segundo a atriz. "Relacionamento não muda muito. Relação de filha e mãe, de marido e mulher. Viemos até aqui assim, vamos mudar junto, não dá para botar na conta do homem."

Divulgação
Cena do filme 'Como Nossos Pais'
Cena do filme 'Como Nossos Pais', que está na programação do Festival de Berlim 2017

A diretora Laís Bodanzky diz que em "Chega de Saudade" (2007) precisou de muito contato com pessoas da terceira idade para fazer o filme. Em "As Melhores Coisas do Mundo" (2010), teve de se aproximar dos teens. Neste, a fonte era ela mesma.

"Os conflitos não vão deixar de existir, mas temos que falar deles. No nosso imaginário, o assunto complexo está destinado ao homem. A mãe dá papinha, troca fralda, e o pai trata das coisas sérias, importantes. Isso se reproduz em tudo, na sociedade, na casa, no trabalho", afirma a cineasta.

Para Maria Ribeiro, "Como Nossos Pais" é muito bom e "parece filme 'argentino', com aquilo que o cinema argentino sabe fazer bem, ao falar da classe média e olhar para si".


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