Oscar Peterson (1925-2007) exibiu desde os anos 1950 uma técnica extraordinária ao piano. O canadense cansou de receber elogios da crítica, embora muitos especialistas acabassem reclamando de sua extensa produção.
Como gravou mais de 200 álbuns, Peterson foi chamado de repetitivo por alguns críticos mais ranzinzas. A questão é que, dez anos após sua morte, o consenso é que ele repetia coisas geniais.
A exuberância de Peterson, com suas longas frases ao teclado, está bem representada no CD que acompanha o volume 23 da Coleção Folha Lendas do Jazz, que chega às bancas no domingo (20).
Entre os gigantes do piano, a técnica de Peterson só pode ser comparada ao talento de Art Tatum (1909-1956), justamente o grande ídolo do canadense em sua juventude.
O amor pelo jazz fez Peterson mudar sua maneira de tocar, com movimentos limitados na mão esquerda, após um AVC durante um concerto em 1993. O surpreendente é que ele fez a apresentação até o final, mesmo com parte do corpo paralisada.