Folha de S. Paulo


Vai à Flip este ano? Veja a que mesas você pode assistir

A Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) chega à sua 15ª edição. O evento literário começa nesta quarta-feira (26) e vai até domingo (30).

Neste ano, a festa tem uma programação bem diferente daquelas das edições anteriores. Em vez de se ancorar em grandes nomes internacionais, a curadoria desta vez aposta em autores menos conhecidos e no trabalho das editoras independentes.

A literatura de língua inglesa, que sempre foi a estrela principal do evento, cede espaço para outros idiomas. Pela primeira vez, a Flip também tem, entre seus convidados, mais mulheres do que homens. Elas são 24, enquanto eles são 22.

Depois de sucessivas críticas ao longo dos últimos anos, a festa também traz 30% de autores negros.

Entre as estrelas, estão o jamaicano Marlon James e o americano Paul Beatty, ganhadores das últimas duas edições do Man Booker Prize. Nas apostas, também desponta Scholastique Mukasonga, que tematiza em sua obra o genocídio de Ruanda.

Veja abaixo a programação deste ano.

Quarta-feira, 26 | Quinta-feira, 27 | Sexta-feira, 28 | Sábado, 29 | Domingo, 30

QUARTA, 26

19h15 Mesa 1 - Sessão de abertura - Lima Barreto: triste visionário
Vida e obra de Lima Barreto são apresentadas nesta aula ilustrada, comparando o Brasil que viu em sua época e o futuro que previa, com leituras e imagens inéditas de uma nova biografia.
Lázaro Ramos
Lilia Schwarcz
dir.: Felipe Hirsch

Mesa móvel: Fruto estranho
Seis autores realizam intervenções poéticas por meio de formas híbridas -poesia, fotografia, vídeo, performance, teatro - com duração entre 10 a 15 minutos, distribuídas pela programação.
Adelaide Ivánova
André Vallias
Grace Passô
Josely Vianna Baptista
Prisca Agustoni
Ricardo Aleixo

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QUINTA, 27

10h território Flip | Flipinha - Mesa Zé Kleber: Aldeia
A convivência e a fruição do território que vêm de sabedorias ancestrais são os principais temas desse diálogo entre três pensadores líderes de suas comunidades - dois indígenas e uma quilombola - que têm cada vez mais ressonância em todo o país.
Álvaro Tukano
Laura Maria dos Santos
Ivanilde Kerexu Pereira

12h Mesa 2: Arqueologia de um autor
Entre a paixão e a minúcia, recupera-se a obra dispersa de um autor à margem e se define o lugar de Lima Barreto entre os clássicos e no cânone afro-brasileiro, nesta conversa que soma história e crítica literária.
Beatriz Resende
Edimilson de Almeida Pereira
Felipe Botelho Corrêa

15h Mesa 3: Pontos de fuga
[Fruto Estranho: Josely Vianna Baptista]
Três premiadas vozes da novíssima literatura em língua portuguesa falam de suas influências, técnicas e experiências: como lidam com a tradição e a renovam, seus modelos e perspectivas.
Carol Rodrigues
Djaimilia Pereira de Almeida
Natalia Borges Polesso

17h15 Mesa 4: Fuks & Fux
A autoficção é um dos eixos deste diálogo, bem como as parcerias e rivalidades na história da literatura. Como pano de fundo, imigração, resistência, vanguarda francesa, matemática.
Julián Fuks
Jacques Fux

19h15 Mesa 5: Odi et amo
[Fruto Estranho: Grace Passô]
A tradição greco-latina, seus mitos, poesia e narrativas, a Bíblia grega, a literatura e a cultura medieval: nesta conversa entre dois grandes tradutores do latim e do grego, tem-se uma breve história das ideias e dos sentimentos do Ocidente.
Frederico Lourenço
Guilherme Gontijo Flores

21h30 Mesa 6: Em nome da mãe
Histórias de guerras e de sobrevivência, de invenções e reconstruções artísticas a partir do ponto de vista feminino, no encontro entre uma brasileira filha de uma sobrevivente de Auschwitz e de uma ruandesa tútsi que perdeu a família no genocídio e é influenciada pela literatura do Holocausto.
Noemi Jaffe
Scholastique Mukasonga

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SEXTA, 28

10h território Flip | Flipinha - A pele que habito
As identidades e as relações de cor nos países da lusofonia são o principal tema desta conversa, que parte da trajetória artística de um ator de sucesso no Brasil e uma jornalista portuguesa autora de premiado livro-documentário sobre o racismo em português.
Joana Gorjão Henriques
Lázaro Ramos

12h Mesa 7: Moderno antes dos modernistas
A singularidade da linguagem de Lima Barreto é evidenciada a partir de sua aversão ao bacharelesco e da visão da arte como militância, na sua escrita para jornal e nos diários do hospício. No debate, são lembrados autores que foram seus contemporâneos e autores posteriores sob sua influência.
Antonio Arnoni Prado
Luciana Hidalgo

15h Mesa 8: Subúrbio
[Fruto Estranho: Prisca Agustoni]
Uma visita aos lugares por onde Lima Barreto passou no Rio de Janeiro, com seus personagens de crônicas, contos e romances, seguindo a linha do trem e arrabaldes de ontem e hoje, a etnografia e a poética das ruas, a partir de dois olhares: o de uma especialista em sua obra e em literatura contemporânea e o de um historiador que entende de Ifá, encantados, samba e cultura popular carioca.
Beatriz Resende
Luiz Antonio Simas

17h15 Mesa 9: Na contracorrente
A resistência feminina e os projetos realizados em campos periféricos da cultura e da ciência: neste encontro-depoimento, tem-se a trajetória de uma dos maiores nomes da arqueologia no mundo, a partir do Piauí, e de uma espanhola presidenta de uma instituição que tem como bandeiras a literatura em língua portuguesa, os direitos humanos e o meio-ambiente.
Pilar del Río

19h15 Mesa 10: A contrapelo
[Fruto Estranho: Ricardo Aleixo]
Uma escritora experimental chilena referência na crítica feminista e um refinado documentarista brasileiro, que contou a trajetória do poeta Wally Salomão e do pintor Leonilson, conversam sobre linguagens na fronteira e resistência artística.
Carlos Nader
Diamela Eltit

21h30 Mesa 11: Por que escrevo
Um jornalista que cobriu conflitos na África e que, nas horas vagas, praticava obsessivamente o surf e fez dessa experiência um premiado livro de memórias se encontra com uma escritora nascida na África do Sul do apartheid: uma conversa sobre as diferentes motivações de um escritor e a entrega ao ofício.
Deborah Levy
William Finnegan

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SÁBADO, 29

10h território Flip | Flipinha - Voco
Improvisações vocais entremeadas a poemas com interação do público. Sem se dar conta, as pessoas passam por uma série de procedimentos vocais extraídos tanto do contexto da música e da poesia experimentais quanto das práticas ritualísticas africanas e ameríndias. Efeitos eletrônicos, como os de pedais, são usados para a diversão das crianças.
Ricardo Aleixo

12h Mesa 12: Foras de série
Personagens singulares da história e da literatura brasileiras, como ex-escravos que triunfaram e mulheres revolucionárias no Brasil do século 19, permeiam este debate sobre vozes dissonantes e as técnicas de pesquisa e escrita que reúne uma romancista e um historiador da escravidão —a invenção da liberdade até chegar ao período do pós-abolição de Lima Barreto.
Ana Miranda
João José Reis

15h Mesa 13: Kanguei no Maiki - Peguei no microfone
[Fruto Estranho: Adelaide Ivánova]
O ativismo e a literatura —ao gosto de Lima Barreto—-, a resistência e a liberdade: eis o pano de fundo da conversa entre um rapper que fez um diário da prisão em Angola quando foi preso com livros considerados subversivos e uma escritora que, entre indas e vindas ao exterior, se dedicou à educação popular no sertão durante a ditadura.
Luaty Beirão
Maria Valéria Rezende

17h15 Mesa 14: Mar de histórias
Borges é o ponto comum entre os dois autores, um da Islândia e outro do Rio, que conversam sobre contos de fada, mitologias, narrativas antigas que viajam e surrealismo.
Alberto Mussa
Sjón

19h15 Mesa 15: Trótski e os trópicos
[Fruto Estranho: André Vallias]
Os limites da ficção e da não ficção, os protagonistas e os coadjuvantes, o local e o global são os temas desta conversa entre um escritor viajante francês e uma jornalista que, baseada na Argentina, escreve para toda a América Latina.
Leila Guerriero
Patrick Deville

21h30 Mesa 16: O grande romance americano
Dois autores de uma mesma editora independente venceram, em anos sucessivos, o mais prestigioso prêmio de língua inglesa, o Man Booker Prize (2015 e 2016). Esta conversa revelará em que medida renovam a tradição a partir do seus pontos de vista particulares, a de um americano negro e a de um jamaicano negro que migrou para os EUA, onde ambos lecionam escrita criativa.
Marlon James
Paul Beatty

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DOMINGO, 30

10h território Flip | Flipinha - Ler o mundo
Aprender a olhar e escutar pelos livros infantis: duas escritoras brasileiras e um poeta e escritor negro conversam sobre leitura e olhares que lançam ao mundo e levam a suas obras para esse público.
Ana Miranda
Edimilson de Almeida Pereira
Maria Valéria Rezende

12h Mesa 17: Amadas
Ao refazer sua trajetória com imagens e leituras, Conceição Evaristo, em conversa com Ana Maria Gonçalves, presta um tributo a outras vozes femininas africanas e da diáspora negra, como Angela Davis, Audre Lorde, Carolina de Jesus, Josefina Herrera, Nina Simone, Noêmia de Sousa, Odete Semedo, Paulina Chiziane e Toni Morrison.
Ana Maria Gonçalves
Conceição Evaristo

15h Mesa 18: Livro de cabeceira
Na sessão de despedida da Flip, conduzida tradicionalmente por Liz Calder, autores convidados leem trechos de seus livros prediletos.

Alberto Mussa
Ana Miranda
Djaimilia Pereira de Almeida
Patrick Deville
Paul Beatty
Scholastique Mukasonga
William Finnegan

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