Folha de S. Paulo


Livro da Folha explora mudanças de perspectiva da arte abstrata

Eduardo Anizelli/Folhapress
Montagem da exposição da trajetória de Kandisky, precursor do abstracionismo, em São Paulo
Montagem da exposição da trajetória de Kandisky, precursor do abstracionismo, em São Paulo

Desdobramentos políticos turbulentos, mudanças econômicas, sociais e guerras, assim como o rápido avanço da industrialização, desencadearam uma significativa mudança na visão de mundo no fim do século 19.

Desse caldeirão de novidades, surgiu a necessidade de se criar uma arte que retratasse uma "segunda realidade" –uma tentativa de explorar o que havia sob a superfície das coisas. Por volta de 1910, surgia então uma arte puramente não representativa: o movimento abstrato.

Essa revolução que se fez presente por mais de 50 anos é revista no sétimo volume da Coleção Folha O Mundo da Arte, que estará à venda nas bancas no próximo domingo (30).

Os avanços científicos e tecnológicos levaram artistas a novos caminhos de interpretação. Eles foram influenciados por descobertas como os aparelhos de raios-X, que tornaram possível ver o interior do corpo humano, e as interpretações psicanalíticas de Sigmund Freud, aprofundando a visão dos mais íntimos.

Os hábitos visuais mudaram com a introdução do automóvel, do rádio e do telefone. Aviões, balões de ar quente e edifícios altos permitiram uma perspectiva a partir de grandes alturas.

Markus Schreiber/AP
Composição com linhas e cores', obra do pintor holandês Piet Mondrian em exposição na Alemanha
'Composição com linhas e cores', obra do pintor holandês Piet Mondrian em exposição na Alemanha

A missão interior do artista não era mais, como nos séculos anteriores, retratar ou interpretar, pois a fotografia havia aperfeiçoado esse objetivo. A obra de arte passou então a ser autônoma.

O movimento abstrato surgiu de modo independente –mas quase simultâneo– pela mão de artistas de vários países. Wassily Kandinsky na Alemanha, Frantiek Kupka na França, Piet Mondrian na Holanda, Kazimir Malevich na Rússia e Arthur Dove nos Estados Unidos estavam entre os mais influentes desses pintores.

Dificilmente se encontra no século 20 outro movimento artístico que tenha mudado tanto nossa percepção e nosso mundo visível como o fez a arte abstrata.


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