Folha de S. Paulo


Espaço para mulheres complexas nas séries de TV afasta estereótipos

Esqueça interpretações da "namorada" ou da "mãe". A TV está proporcionando um emaranhado de riquezas para mulheres graças a personagens originais e complexos e roteiros centrados nas mulheres, que estão atraindo estrelas do cinema do calibre do Oscar para a pequena tela.

No passado considerados menores que os filmes de Hollywood, atrizes classe A como Nicole Kidman, Reese Whiterspoon e Susan Sarandon estão convergindo para seriados de TV, e disputando o prêmio Emmy deste ano.

E há mais por vir. As vencedoras do Oscar Julia Roberts e Penélope Cruz têm suas primeiras grandes séries de TV programadas para o próximo ano, enquanto Amy Adams, indicada cinco vezes ao Oscar, deve voltar às telinhas pela primeira vez desde 2005 como estrela de "Sharp Objects", da HBO.

"Não há mais estigma atrelado à fazer TV, dadas as oportunidades e os roteiristas que estão trabalhando na televisão", disse Debra Birnbaum, editora-executiva de TV na "Variety".

"Há grandes narrativas com personagens ricos, de diversas camadas, dimensionais e mulheres reais", disse.

Enquanto mulheres há tempos reclamam da escassez de bons papeis femininos nos filmes de Hollywood, as indicadas deste ano no Emmy mostram um quem é quem da atuação.

"Feud: Bette and Joan", estrelando Jessica Lange e Susan Sarandon como as rivais de Hollywood Joan Crawford e Bette Davis, é visto por críticos de prêmios em uma corrida acirrada na categoria de minissérie no Emmy com "Big Little Lies", um mistério de assassinato em meio a um cenário de abuso contra a mulher, adultério, estupro e rivalidade feminina.

"Este foi um ótimo ano para histórias de mulheres na TV e estamos seguindo e testemunhando eleitores do Emmy reconhecendo tantos trabalhos bons", disse Ryan Murphy, criador de "Feud", após a série receber 18 indicações ao Emmy nesta quinta-feira (13).


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