Folha de S. Paulo


Ariana Grande mostra por que é fenômeno teen em show no Rio

Cria da inesgotável fábrica americana de estrelas pop dançantes, Ariana Grande, 24 anos récem-completados, iniciou sua segunda passagem pelo Brasil com um show dinâmico e bem executado, na noite desta quinta (29), no Rio.

A plateia de crianças e adolescentes – a maioria meninas – que encheu a Jeunesse Arena, na Barra da Tijuca, a recebeu com a estridência característica, pulando, cantando junto e guardando souvenirs da noite, de fotos e vídeos a balões e notas de dinheiro com o rosto da cantora.

A volta da americana ao país, após apresentação em 2015, acontece pouco mais de um mês depois do atentado que matou 22 pessoas e feriu outras 116 ao fim de seu show em Manchester, na Inglaterra, em 22 de maio.

A tragédia, no entanto, foi lembrada apenas em discreta homenagem às vítimas, com uma versão de "Somewhere Over the Rainbow" (canção do clássico "O Mágico de Oz") acompanhada de uma fita de luto exibida no telão, com orelhas de coelho – uma das marcas de Ariana.

O momento, já próximo do encerramento, foi de longe o mais sereno do show e a melhor chance de ouvir a voz da cantora e de entender por que ela vem sendo (adequadamente) comparada a Mariah Carey.

Antes e depois disso, o que se viu foi uma overdose de luzes, fumaça, gritos e dança. Acompanhada de uma dezena de dançarinos, Ariana enche suas músicas de coreografias – incluindo uma em bicicletas ergométricas no hit "Side to Side" – e não para quieta, circulando por todos os lados do palco.

Apesar de ser acompanhada por uma banda – guitarra, baixo, bateria, teclado–, a americana canta sobre bases gravadas (o infame "playback"), o que não a impede de dar demonstrações do alcance de sua voz, em canções como "Knew Better Pt.2" e "Moonlight". Por baixo da maçaroca sonora, parece haver mesmo uma menina que sabe cantar.

Usando arcos com orelhas de coelho ou de gato, a plateia vibrou durante todos os quatro blocos da apresentação, que tem interlúdios para troca de figurino. Canções como "One Last Time" e "Break Free", no entanto, jogaram os decibéis dos gritos para níveis impressionantes.

Segundo a assessoria do evento, foram vendidos 11.500 dos 13 mil ingressos disponíveis. Na hora do show, ainda era possível encontrar na bilheteria entradas para todos os setores.

Ultrapopular nas redes sociais – tem mais de 150 milhões de seguidores, somando Instagram e Twitter –, onde posta sem parar, Ariana foi econômica no diálogo com os fãs, não indo muito além do "quero ouvir vocês, Rio" e "amo muito vocês" (sempre em inglês). Nada que diminuísse a alegria dos presentes em ver de perto um ídolo teen mundial em formação.

SEGURANÇA REFORÇADA

Se durante o show Ariana não fez maiores menções ao atentado em Manchester, os efeitos colaterais dele foram sentidos pelo público: numa medida de segurança, a produção da cantora proibiu a entrada de bolsas com mais de 20cm.

Muitos foram surpreendidos pela decisão e reclamavam de ter de pagar R$ 15 para deixar seus itens num guarda-volumes, após comprarem ingressos que, no preço integral, variaram de R$ 220 a R$ 560.

Ariana encerra sua segunda passagem pelo Brasil com show em São Paulo neste sábado (1°), no Allianz Parque.


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