Folha de S. Paulo


Nos 90 anos de Suassuna, inéditos do autor serão publicados

Lenise Pinheiro/Folhapress
O escritor e dramaturgo Ariano Suassuna posa para foto no Teatro Positivo, em Curitiba, onde ele deu uma aula-espetáculo durante o Festival de Teatro de Curitiba.
O escritor e dramaturgo Ariano Suassuna posa para foto no Teatro Positivo, em Curitiba

Agora que o autor completaria 90 anos, o aguardado romance que Ariano Suassuna escrevia há quase 30 anos será finalmente publicado -junto com toda a sua obra, que agora tem uma nova editora, a Nova Fronteira.

Desde sua morte, em 2014, especulava-se se o autor paraibano tivera a chance de terminar a continuação de "A Pedra do Reino". Terminou. Os dois volumes do "Romance de Dom Pantero no Palco dos Pecadores" estão previstos para outubro.

Também está prevista a publicação de "As Infâncias de Quaderna", que saiu em folhetins dominicais no "Diário de Pernambuco" nos anos 1970 e é inédito em livro. A história também se passa no universo de "A Pedra do Reino" e é a continuação da narrativa de Quaderna, personagem principal do livro.

Este seria, originalmente, o livro a dar sequência ao romance mais famoso de Suassuna -mas o autor desistiu dessa linha narrativa à época e resolveu seguir por outra ótica, daí a existência de "Dom Pantero".

Agora, acaba de chegar às livrarias uma nova edição de "A Pedra do Reino", com as instruções de mudanças deixadas pelo escritor. Desde a publicação da obra, em 1971, Suassuna passou a fazer mudanças nela a cada edição. E continuou burilando o texto.

Romance Da Pedra Do Reino E O Príncipe Do Sangue Do Vai-e-volta
Ariano Suassuna
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A ideia das mudanças não era só corrigir pequenos erros e melhorar o texto, mas também construir uma unidade em toda a sua obra -incluindo a teatral-, que ele chamava de "A Ilumiara".

Para ficar em um exemplo, na 5ª edição do romance, Suassuna incluiu João Grilo e Chicó, personagens de "O Auto da Compadecida".

Nos próximos anos, a Nova Fronteira também publicará o teatro completo do autor. Ele inclui não só a peça inédita "O Auto de São João da Cruz", mas também textos que foram montados, mas nunca publicados em livro.


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